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Bolsonaro e Haddad marcam nova polarização nas eleições

Petista se isolou na 2ª posição da disputa pelo Planalto, mostrou pesquisa divulgada terça, 18; militar lidera com 28%

19 set 2018 - 09h17
(atualizado às 11h03)
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Para a diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari, os números da pesquisa de intenção de voto divulgada nesta terça, 18, mostram que os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) estão se consolidando como uma nova polarização na disputa eleitoral. Em sua avaliação, o voto anti-petista, que nas últimas quatro eleições foi representado por candidatos do PSDB, agora passa a ser personificado pelo militar da reserva.

"Bolsonaro e Haddad são hoje os que apresentam a maior firmeza de votos. Seus eleitores afirmam em maior proporção, comparado aos demais, que é uma decisão definitiva. Os outros têm uma fluidez maior", disse Márcia nesta quarta, 19, em entrevista à Rádio Eldorado. Bolsonaro é quem tem o maior porcentual de eleitores que dizem que não mudarão de voto: 53%. Haddad, 45%. "Mas temos que monitorar. Nesta eleição, todo dia tem um fato novo. O eleitor tem decidido seu voto mais tarde, esperando até o último minuto."

Os números da pesquisa de intenção de voto divulgada nesta terça, 18, mostram que os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) estão se consolidando como uma nova polarização na disputa eleitoral
Os números da pesquisa de intenção de voto divulgada nesta terça, 18, mostram que os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) estão se consolidando como uma nova polarização na disputa eleitoral
Foto: Rodolfo Buhrer e Adriano Machado / Reuters

Para Márcia, o crescimento de Haddad era esperado. Em sua primeira semana como candidato oficial do PT em substituição à candidatura barrada de Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava-Jato, o ex-prefeito de São Paulo saltou de 8% das intenções de voto para 19%. "Nas pesquisas em que o nome de Lula era testado, quando seu nome não aparecia, havia um contingente que não sabia em quem votar", disse Márcia. "Sabíamos que quando Haddad fosse oficialmente apresentado, haveria crescimento."

A diretora afirmou que os números não permitam que se fale em uma tendência de crescimento ou baixa na rejeição a Bolsonaro, que oscilou de 41% para 42% em uma semana. "O patamar de rejeição vem se mantendo entre 40% a 44%, portanto não se fala em tendência. Haddad cresceu de 23% para 29%. À medida em que a imagem dele vai sendo construída, isso pode aumentar a rejeição dele."

Márcia diz que a disputa eleitoral ainda não permite falar em um "teto" de intenções de voto, tanto em Bolsonaro quanto em Haddad. "É cedo para falar do crescimento total de Haddad e Bolsonaro. Vem caindo o número de brancos e nulos, então acho que ainda tem espaço de movimentação para os dois candidatos. Ainda não dá para falar em teto."

A diretora destacou que o clima das eleições 2018 é de "desesperança", ainda que o eleitor faça suas escolhas de olho no futuro. "O clima desta eleição é de desesperança. As pessoas não estão tão otimistas, apesar de que querem que suas escolhas sejam as melhores para a resolução dos problemas. O eleitor sempre olha para o futuro."

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Estadão
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