Candidato que declarou ter R$ 5,1 milhões em dinheiro vivo é preso no Rio
Ministério Público do Rio de Janeiro aponta que Clébio Jacaré comandou grupo que fraudou contratos entre empresas e a Prefeitura de Itatiaia
O Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta quinta-feira, 15, o candidato a deputado federal Clébio Lopes Pereira, mais conhecido como Clébio Jacaré (União Brasil), que declarou ao TSE possuir R$ 5,1 milhões em dinheiro vivo. Alvo da Operação Apanthropia, o parlamentar foi preso em casa, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo o MPRJ, Jacaré é empresário e teria comandado um grupo que fraudou contratos entre empresas e a Prefeitura de Itatiaia (RJ). Na casa do candidato, promotores apreenderam cerca de R$ 30 mil e US$ 3.000 (aproximadamente R$ 16 mil) em espécie.
A terceira fase da operação, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ, apura as denúncias de desvio de dinheiro no município.
Além de Jacaré, a Justiça também autorizou a prisão de outras quatro pessoas, dentre as quais Silvano Rodrigues da Silva, o Vaninho, vereador e ex-prefeito interino de Itatiaia, segundo o jornal O Globo.
Cerca de 97 agentes do Ministério Público cumpriram 41 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão nos municípios de Itatiaia, Valença, Angra dos Reis, Resende e na capital fluminense.
Além das fraudes, a operação também investiga a existência de servidores fantasmas e a prática de rachadinha --caracterizada pela transferência de salários de assessores para o parlamentar.
Posicionamento
Em nota, a assessoria de Jacaré confirma que o candidato foi alvo da operação do Ministério Público. "Ela ocorre em momento que sua candidatura a deputado federal vem crescendo em várias regiões do estado e isso tem preocupado bastante algumas correntes políticas", aponta.
Segundo a assessoria, "o candidato não tem contratos em Itatiaia, município onde nenhuma de suas empresas atua ou atuou junto àquela administração municipal e, muito menos, é ligado a qualquer sociedade empresarial que tenha contratos com a prefeitura local".
"O empresário está tranquilo, confia na Justiça, e segue focado no esclarecimento dos fatos que comprovam a sua inocência e nas ações de sua campanha eleitoral que seguirá normalmente", finaliza.