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Bolsonaro reforça saída do ONU e critica Raquel Dodge

De acordo com o candidato do PSL, o órgão "não serve pra nada"

18 ago 2018 - 16h09
(atualizado às 16h19)
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O candidato do PSL à Presidência da República nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, declarou neste sábado, 18, que o Brasil deixará a Organização das Nações Unidas (ONU) caso seja eleito presidente da República.

Jair Bolsonaro em erimônia de entrega de espadins a cadetes em formatura na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende
Jair Bolsonaro em erimônia de entrega de espadins a cadetes em formatura na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende
Foto: Fabio Motta / Estadão Conteúdo

A afirmação de Bolsonaro foi feita em resposta à pergunta sobre como avaliava a recomendação do Conselho de Direitos Humanos da ONU de que o País permita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Operação Lava Jato, disputar a eleição presidencial.

"Se eu for presidente eu saio da ONU. Não serve pra nada essa instituição", retrucou Bolsonaro à imprensa, após cerimônia de formatura de cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em Resende, no sul fluminense. "Sim, saio fora, não serve pra nada a ONU. É um local de reunião de comunistas e gente que não tem qualquer compromisso com a América do Sul pelo menos", completou o candidato.

Mais cedo, Bolsonaro já tinha se manifestado sobre o tema em sua conta pessoal no Twitter: "Há mais ou menos 2 meses falei em entrevista que já teria tirado o Brasil do conselho da ONU, não só por se posicionarem contra Israel, mas por sempre estarem ao lado de tudo que não presta. Este atual apoio a um corrupto condenado e preso é só mais um exemplo da nossa posição", escreveu o candidato.

Bolsonaro critica procuradora-geral da República e gestões petistas

Também neste sábado, Jair Bolsonaro, afirmou que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi "levada por uma onda de esquerda politicamente correta" ao recomendar que o Supremo Tribunal Federal (STF) receba a denúncia contra ele por crime de racismo. Dodge também esteve presente no evento. Os dois dividiram o mesmo palanque, mas não se falaram, embora Bolsonaro afirme que não houve constrangimento.

"Nem tive o prazer de apertar o mão dela", disse. "Não há nenhum constrangimento. Ela se perdeu completamente. Ela nunca foi num quilombola (sic), ela não sabe o que são reservas indígenas. Ela não sabe o risco que estamos correndo nessas reservas indígenas de se transformar em outros países aqui dentro. Ela foi levada por uma onda de esquerda politicamente correta", acrescentou.

Para a procuradora-geral, Bolsonaro demonstrou preconceito contra quilombolas e refugiados durante uma palestra que concedeu no Clube Hebraica, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro, no ano passado.

Além de Dodge e Bolsonaro, participaram do evento na Aman autoridades do primeiro escalão do governo de Michel Temer, como o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Westhphalen Etchgoyen, e a ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça.

Bolsonaro foi assediado por admiradores e posou para selfies no meio da cerimônia. Os filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro também estavam presentes, assim como o vice de Jair na chapa à Presidência nas eleições 2018, general da reserva Hamilton Mourão. O presidenciável do PSL foi assediado pelo candidato do PSD ao governo do Estado do Rio de Janeiro, Indio da Costa, mas Bolsonaro disse que a posição do partido no Estado é de neutralidade.

"Ele até tirou foto comigo, mais nada. Pretendemos ficar neutros nessa eleição para o governo do estado do Rio", declarou o presidenciável.

Bolsonaro também analisou a arrecadação de recursos da campanha. "Eu com um milhão de reais faço a minha campanha pra presidente e sobra. Mas estamos arrecadando um pouco a mais para ajudar os candidatos a deputado federal", argumentou.

O candidato confirmou que pretende, se eleito, escalar militares para cargos no governo. Disse já ter escolhido o astronauta Marcos Pontes, coronel da Aeronáutica, para o Ministério da Ciência e Tecnologia, além de um general de quatro estrelas, formado em Engenharia, para o Ministério dos Transportes.

"Não posso falar o nome dele ainda", afirmou."Por que botarei muitos militares? Dilma (Rousseff) e Lula botaram corruptos e terroristas, ninguém falava nada. Qual é o preconceito contra militar?", questionou.

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Estadão
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