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Auxílio emergencial é tentativa de compra de voto, diz Joice

andidata do PSL em SP diz que Russomanno "é a pior expressão do centrão" e que o presidente Bolsonaro faz "molecagem" ao tratar da vacina

22 out 2020 - 16h28
(atualizado às 16h30)
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Candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo, a deputada federal Joice Hasselmann disse nesta quinta-feira, 22, durante sabatina do Estadão, que a discussão de sobre criação de uma renda básica emergencial na cidade neste momento "é uma tentativa de compra de votos" promovida pelo governo Bruno Covas (PSDB). Ela disse ainda que Celso Russomanno (Republicanos) é um representante do centrão, grupo que "estuprou" o presidente Jair Bolsonaro.

A candidata Joice Hasselmann, durante a sabatina
A candidata Joice Hasselmann, durante a sabatina
Foto: Reprodução / Estadão Conteúdo

Para Joice, "não é por bondade, pelo coração enorme do prefeito que eles estão discutindo isso (renda emergencial) na Câmara aos 48 do segundo tempo, na boca da eleição", disse a candidata, ao ressaltar: "Eu não sou contra o auxílio emergencial. Votei pelo auxílio de R$ 600 na Câmara, quando o governo queria R$ 200. Agora, a gente tem pensar o seguinte: o dinheiro vem de onde?"

Joice afirmou ser contra programas de financiamento de longo prazo, dizendo que seu objetivo é garantir que as pessoas sejam capazes de gerar a própria renda.

Centrão

"Para ele (Russomanno) ser de direita, tem de nascer de novo. O Celso Russomanno é a expressão do pior centrão que nós temos no País: esse centrão que estuprou o governo bolsonaro assim que eu saí da liderança do governo", disse Joice. "Saí numa sexta, no sábado o centrão estuprou o governo e levou R$ 200 bilhões em cargos, bancos públicos, órgãos públicos. Então, imagina o que eles não farão nos cofres da Prefeitura", afirmou.

PSL

A candidata disse que havia "colocado R$ 50 milhões" em recursos do fundo eleitoral em seu partido, com sua eleição (que teve mais de 1 milhão de votos), ao justificar o fato de que sua campanha recebeu cerca de R$ 2 milhões em recursos do fundo eleitoral mas ela oscila entre 1% e 2% nas pesquisas de intenção de voto. "Minha campanha é uma campanha de reposicionamento do PSL, que ficou nesse vai e vem, 'é Bolsonarista, não é Bolsonarista'. É através dessa candidatura em São Paulo que o reposicionamento nacional virá."

Impostos

A candidata fez uma promessa de redução linear de 20% no IPTU na cidade. Para isso, disse ela, fará "gestão séria e eficiente, cortando comissionados, revendo contratos". "Em uma conta de padaria, se eu cortar 20% linear, vou ter R$ 2 bilhões a menos. A expectativa para o ano que vem de dinheiro público para subsídio o transporte coletivo, subsídio que enche a burra de gente ligada às máfias, deve ultrapassar R$ 4 bi. Se eu baixar 20% do IPTU de todo mundo, metade do dinheiro que vai para máfia do transporte vai para essa conta", disse.

Transporte

Joice afirmou ainda que vai rever e romper os contratos das empresas de ônibus da cidade, que foram assinados no ano passado. "Vou mostrar por A mais B que o modelo de licitação é montado para que sempre as mesmas empresas ganhem. Ela afirmou que fará uma nova licitação e que quer ver "briga de foice" por empresas que querem operar na cidade. "Tem muitas cidades que não têm subsídio", afirmou. "Aqui, a Prefeitura tem de enfiar a mão no bolso do cidadão todo o ano e colocar no bolso dessas empresas."

Vacina

Ao comentar o atrito entre os governos João Doria (PSDB) e Bolsonaro sobre o tema das vacinas contra o coronavírus, a candidata disse que "é uma palhadaçada o que ele (Bolsonaro) está fazendo. A gente está falando de vidas", ao se recusar a usar a vacina do Instituto Butantã, produzida em parceria com a China. Sobre o fato de fazer o Ministério da Saúde recuar no anúncio da parceria com São Paulo, Joice disse que o que o ex-aliado estava fazendo era "molecagem". "O presidente sabia (do acordo). Fez molecagem, porque tem ciúmes de qualquer um que tem brilho próprio (referindo-se ao ministro Eduardo Pazzuello)". Joice disse ser a favor da vacinação em massa, mas não da obrigatoriedade.

Diversidade

A candidata foi questionada sobre a promoção da Parada LGBT+ na cidade, uma vez que já teria criticado o uso de verbas públicas para o evento. Joice respondeu citando também a Marcha para Jesus, evento que ocorre no mesmo fim de semana da parada. "Não tem de ter verba pública se a Prefeitura consegue fazer parcerias com a iniciativa privada", disse, ao afirmar que defende que os eventos sejam realizados.

Estratégia

Após chamar Márcio França (PSB) de "gângster", Filipe Sabará (Novo) e Arthur do Val (Patriota) de "meninos" e das críticas feitas a Russomanno, a candidata foi questionada se a postura agressiva era uma estratégia de campanha para obter votos da direita. Ela negou. "Disse que Guilherme Boulos (PSOL), que é apoiado por um presidiário (referindo-se ao ex-presidente Lula), será um presidiário na minha gestão, porque na primeira invasão que ele organizar ele vai em cana", afirmou a candidata.

Violência contra a mulher

A candidata afirmou que irá criar um "voucher aluguel" por um período de seis meses a um ano para mulheres que forem vítimas de violência doméstica. Joice disse que o ministro do Turismo. Marcelo Álvaro, deveria ter sido expulso do PSL por envolvimento das acusações do uso de laranjas para preenchimento de cotas de mulheres nas últimas eleições.

Estadão
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