Renan Filho é eleito governador de Alagoas no 1° turno
Filho mais velho do presidente do Senado, Renan Calheiros, o governador eleito de Alagoas tem 34 anos
Com 100% dos votos apurados, está definido que a disputa para o governo de Alagoas não terá segundo turno. Aos 34 anos, Renan Calheiros Filho conseguiu se eleger com 52,16% dos votos válidos, ficando à frente de Biu Benedito De Lira (PP), que aparece com 33,91%. O candidato do PSDB, Júlio Cezar, deixou a corrida pelo governo do Estado com 7,92% dos votos, em terceiro lugar.
Confira o resultado parcial do primeiro turno em Alagoas:
Renan Filho (PMDB): 52,16%
Benedito de Lira (PP): 33,91%
Júlio Cezar (PSDB): 7,92%
Mário Agra (PSOL): 4,73%
Joathas Albuquerque (PTC): 0,61%
Golbery Lessa (PCB): 0,31%
Coronel Goulart (PEN): 0,21%
Luciano Balbino (PTN): 0,14%
Brancos: 7,92%
Nulos: 12,38%
Quem é Renan Calheiros Filho (PMDB) ?
José Renan Vasconcelos Calheiros Filho tem 34 anos e é o filho mais velho do presidente do Senado, Renan Calheiros. É economista, trabalhou com o pai no Senado Federal, foi prefeito de Murici (reduto eleitoral dos Calheiros há 20 anos) em 2004. Elegeu-se deputado federal em 2010, com 140.180 mil votos - a maior votação da história alagoana.
É sócio da maioria das empresas da família, negócios que incluem rádios e uma empresa de agropecuária, e responde a inquérito policial, na Polícia Federal, por desvio de R$ 1,25 milhão em verbas da merenda escolar, no Supremo Tribunal Federal. Na campanha, evitou associar seu nome a integrantes da "bancada da bala" na Assembleia Legislativa - deputados acusados em assassinatos, formação de quadrilha, peculato. Em caminhadas no interior, estes parlamentares eram presenças obrigatórias no palanque calheirista.
Há pelo menos um ano a vitória de um dos Renans estava na pauta dos partidos alagoanos. Desde a primeira pesquisa Ibope - no mês de maio - a tendência apontava para que que as eleições locais ficassem no primeiro turno - com maior força para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que escolheu o deputado federal Renan Filho (PMDB) para a disputa.
Além disso, a desistência do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) em disputar o Senado; a demora dele indicar o candidato ao Governo; a desistência do seu escolhido, o procurador de Justiça, Eduardo Tavares (PSDB), desconhecido e neófito na política, e substituição dele pelo vereador da cidade de Palmeira dos Índios, Júlio César, com menos de 2% nas pesquisas do Ibope, ajudaram a consolidar Renan Filho na dianteira do 1º turno.
A aliança com o senador Fernando Collor (PTB) também costurou o palanque, com 14 partidos, repetindo a dobradinha Calheiros/Collor nas eleições 2010 e 2012.
O senador Benedito de Lira (PP) levava a disputa com o apoio da Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool do Estado. Ganhando o Governo, seu suplente, o usineiro Givago Tenório ficaria no Senado por quatro anos. Givago é sócio do vice-governador José Thomáz Nonô (DEM) e do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), na TV Pajuçara- afiliada à Rede Record no Estado.
O confronto dos candidatos na TV e no rádio poupou o governador Teotonio Vilela Filho e procurou os problemas dos postulantes ao Governo. Biu de Lira associou Renan Filho a Murici, cidade que ostenta os piores índices sociais do Estado, onde os Calheiros mandam há 20 anos. Já Renan associava Biu aos indicadores na Educação - pasta no Governo que era comandada pelo senador.
Alagoas é líder nacional em analfabetos. O desempenho dos alunos das escolas públicas são os piores do Brasil, segundo o Ministério da Educação.