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A importância da alfabetização na idade certa: um compromisso no presente para construir o futuro  

Garantir a alfabetização no momento adequado é fundamental para o desenvolvimento integral de uma criança e da nossa sociedade

14 nov 2025 - 21h32
(atualizado às 21h35)
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Foto: Unsplash

Em tempos de digitalização e tantas discussões sobre inovações na educação, é importante ressaltar que “fazer bem o básico” nunca foi tão importante. Aliás, garantir que a base da educação seja de alta qualidade para todos é cada vez mais imprescindível. Nesse contexto, a alfabetização na idade certa merece ser destacada como um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento integral de uma criança e da nossa sociedade.

Estudos mostram que crianças alfabetizadas até o 2º ano do ensino fundamental têm maiores chances de sucesso acadêmico e profissional no futuro. Esse processo, que começa na educação infantil e se estabelece no princípio do ensino fundamental, é o primeiro passo para a aprendizagem das demais áreas do conhecimento e contribui para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Concomitantemente à leitura, é importante destacar que o letramento matemático também se estabelece ao longo da alfabetização.

Para as crianças, aprender a ler, escrever e contar é possibilitar a sensação de que elas têm superpoderes. Elas passam a ser autônomas para compreender o mundo e todas as demais linguagens, inclusive a computação. Os resultados do Indicador Criança Alfabetizada (ICA) mostram que, em 2024, 59,2% dos estudantes estavam alfabetizados no 2º ano do Ensino Fundamental – um número superior ao de 2023, que foi de 55,9%. Ainda que possamos celebrar a marca dos quase 60% de estudantes alfabetizados na idade certa, o Brasil está abaixo da meta estabelecida e há muita desigualdade entre estados, além das desigualdades raciais que são marcantes.

Em alguns estados, como Sergipe, Rio Grande do Norte e Bahia, há índices alarmantes de alfabetização, com taxas de 38,39%, 39,29% e 35,96%, respectivamente. Esse quadro precisa mudar. A boa notícia é que há experiências promissoras dentro do próprio Brasil. O caso do Ceará, por exemplo, é emblemático e vem inspirando outras experiências por ter conseguido conquistar uma combinação entre compromisso político ao longo de diversas gestões, financiamento e colaboração com municípios. Além dele, estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Piauí apresentaram crescimento significativo, com aumento de 12,26 pontos percentuais, 8,42 e 7,34, respectivamente, e outros como Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo superaram as metas estabelecidas para o ano. Ou seja, é possível fazer.

Para tornar viável, alguns pontos são chave. Primeiro, é importante que esse seja um compromisso de Estado, não de governo. A colaboração entre estados e municípios, uma obsessão compartilhada por professores qualificados com as condições adequadas de trabalho e um bom monitoramento de resultados, por exemplo, são essenciais. Hoje, há possibilidade de qualificar essas intervenções com uso de tecnologia. Sistemas de gestão de dados de aprendizagem com frequência e que possibilitam o tempo de reação dos docentes já são muito mais viáveis. Além disso, há plataformas adaptativas de apoio aos professores que podem auxiliar na personalização do ensino e na correção de grandes volumes de avaliações com inteligência artificial, por exemplo.

São novos tempos. Ainda assim, aprender a ler, compreender um texto e raciocinar matematicamente nunca foram tão importantes. O desafio é coletivo, sistêmico e urgente.

Lia Glaz Diretora-presidente da Fundação Telefônica Vivo. Formada em Administração Pública pela FGV-EAESP e com mestrado na área de Desenvolvimento Econômico e Político pela SIPA-Columbia University. Na Fundação Telefônica Vivo, já liderou a área de Educação, promovendo iniciativas inovadoras e o uso de tecnologia para apoiar o desenvolvimento de crianças e jovens. As opiniões da colunista não representam a visão do Terra.
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