Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Justiça de SP determina volta dos 25 diretores de escolas afastados pela Prefeitura

Gestores passariam por programa de requalificação após baixo desempenho de alunos

11 jul 2025 - 18h58
(atualizado em 11/7/2025 às 12h11)
Compartilhar
Exibir comentários

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou o retorno imediato de 25 diretores de escolas municipais da cidade de São Paulo que haviam sido afastados por conta do baixo desempenho de seus alunos no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e Idep (Índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana) de 2023. Questionada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Educação não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Os diretores foram afastados de suas atividades pela Prefeitura de São Paulo e passariam por um programa intensivo de requalificação em período integral, mantendo a remuneração. A Justiça também determinou que a Prefeitura suspenda a exigência de participação no curso até posterior deliberação judicial, sob pena de multa diária de R$ 10 mil por servidor em caso de descumprimento.

O objetivo, segundo a gestão municipal, era garantir o conhecimento dos estudantes da rede no tempo adequado, conforme estabelecido pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e pelo Currículo da Cidade.

Segundo a Prefeitura, a seleção das 25 unidades prioritárias para o Programa Aprimorando Saberes "seguiu critérios técnicos e transparentes", com base nos resultados dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental do Ideb ou Idep, além da permanência mínima de quatro anos dos diretores no cargo.

"Vale destacar que todas essas escolas não atingiram as metas do Ideb nas duas últimas edições", argumenta.

Já o TJ considerou que os atos administrativos carecem de motivação clara, configuram desvio de finalidade e colocam em risco a gestão educacional em áreas vulneráveis.

A decisão judicial acatou ação civil pública movida pelo Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público do Município de São Paulo (SINESP) contra a Prefeitura de São Paulo na tentativa de impedir o afastamento compulsório dos diretores.

A Secretaria Municipal de Educação informou que o município irá recorrer da decisão. "A Prefeitura de São Paulo reafirma seu compromisso com a melhoria da aprendizagem e o fortalecimento da gestão pedagógica isenta na rede municipal de ensino. A formação para os diretores é inédita, qualificada e inclui vivências em outras escolas e atividades de pesquisa-ação conduzidas pelos próprios diretores. Todos os gestores seguem com cargos e salários mantidos", diz.

Diretores afastados pela prefeitura de escolas municipais devem retornar a seus postos, determinou a Justiça de SP.
Diretores afastados pela prefeitura de escolas municipais devem retornar a seus postos, determinou a Justiça de SP.
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

O juiz argumentou que os diretores foram convocados por ato administrativo genérico, sem motivação individualizada, com afastamento compulsório de suas unidades de ensino e substituição por outros profissionais sem vínculo anterior com a comunidade escolar.

"Não há nos autos qualquer indício de que tenha sido instaurado processo administrativo regular, tampouco parecer técnico que justifique a seleção dos convocados ou mesmo o conteúdo e a estrutura metodológica do curso", afirmou.

O juiz entendeu ainda que o afastamento dos diretores afetaria não apenas os direitos funcionais deles, mas também a continuidade administrativa e pedagógica das unidades escolares, comprometendo a estabilidade das equipes pedagógicas.

Ele também pontua que "relatórios e documentos revelam que as escolas afetadas estão situadas em áreas periféricas e vulneráveis, e muitas delas obtiveram reconhecimento por boas práticas educacionais sob a gestão dos diretores afastados".

A Prefeitura, por sua vez, diz que a formação dos diretores inclui uma programação com temas sobre gestão, textos e discussões, desenvolvidos gradualmente conforme o cronograma.

"As formadoras acompanham os diretores de forma próxima, propondo reflexões diárias que estimulam um olhar sensível à realidade de cada escola. Com base no contexto local, os diretores são incentivados a elaborar projetos alinhados às necessidades da comunidade e às diretrizes da Secretaria Municipal de Educação", afirma.

Estadão
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade