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Segunda Guerra Mundial: a invasão da Normandia

18 out 2013 - 06h17
(atualizado às 06h17)
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Tropas aliadas desembarcam na Normandia, França, durante o Dia D, em 6 de junho de 1944
Tropas aliadas desembarcam na Normandia, França, durante o Dia D, em 6 de junho de 1944
Foto: Getty Images

Desde 1942, os soviéticos insistiam na necessidade dos aliados abrirem um "Segundo Front" na Europa Ocidental, pois os Exércitos russos estavam sangrando ao terem de enfrentar 266 divisões invasoras (das quais, 193 alemãs). Americanos e ingleses alegavam que, para tal, necessitavam de um longo período de preparação e adestramento das tropas, visto que teriam de ultrapassar a "Fortaleza do Atlântico".

Essa era um conjunto de fortificações construídas pelos alemães no litoral da Bélgica e da França que visava a tranquilizar as tropas nazistas que combatiam na Rússia. Mas os alemães cometeram os mesmos equívocos dos franceses ao construírem a Linha Maginot, por um sistema defensivo estático pouco poder fazer numa guerra caracterizada pela intensa mobilidade das forças e pelo potencial dos bombardeiros aéreos.

Finalmente, na metade do ano de 1944, os aliados ocidentais deram início à Operação Overlord. Uma frota de mais de três mil barcos transportando 350 mil homens partiu das costas do sul da Inglaterra em direção à Normandia. Os alemães esperavam que a invasão fosse realizada no passo de Calais e foram surpreendidos. Depois das dificuldades iniciais (principalmente na praia de Utah), as forças anglo-americanas conseguiram formar uma sólida cabeça-de-ponte no litoral francês.

Os portos da região foram dominados e, graças à absoluta superioridade aérea e naval, os alemães tiveram que recuar. A partir de então, a dominação alemã sobre a França estava selada. Mais de um milhão de homens e equipamentos de alta qualidade foram desembarcados, dando início à ofensiva sobre Paris. Sentindo a inutilidade da continuação do conflito, um grupo de altos oficiais alemães tenta assassinar Hitler em 20 de julho. Apesar de sair ferido, Hitler consegue sufocar a rebelião, ordenando o julgamento sumário dos principais envolvidos (Stauffenberg e outros são enforcados).

Em setembro de 1944, Paris é ocupada pelo conjunto das forças aliadas (americanos, ingleses e franceses livres) e o General De Gaule faz sua entrada triunfal na cidade. Até o fim do mesmo ano a França encontra-se liberada. Ainda assim os alemães tentam uma operação contra-ofensiva na região de Ardenas, aproveitando o mau tempo e, consequentemente, a neutralização da superioridade aérea dos aliados. Apesar da surpresa, as forças americanas e inglesas rapidamente se recompõem e liquidam com as divisões panzers (18 a 24 de dezembro de 1944).

General Dwight Eisenhower, que mais tarde se tornaria presidente dos Estados Unidos, e o comandante inglês Bernard Montgomery durante exercícios militares dos aliados na Inglaterra
General Dwight Eisenhower, que mais tarde se tornaria presidente dos Estados Unidos, e o comandante inglês Bernard Montgomery durante exercícios militares dos aliados na Inglaterra
Foto: Getty Images

A invasão da Alemanha terá início nos finais do inverno de 1944/1945. As forças aliadas dividem-se em três grandes corpos. Os ingleses de Montgomery atravessam o Reno e dirigem-se para o Norte da Alemanha, isolando as tropas nazistas na Holanda. O Centro, sob o comando de Omar Bradley, dirige-se para o coração industrial do IIIº Reich - a região do Ruhr, onde forçam a capitulação de 22 divisões alemãs em 14 de abril. O Sul é responsabilidade do IIIº e do IVº exército americano, sob o comando de Denvers, que se dirige para o Brener e fará ligação com os soviéticos no Elba. A guerra na Europa estava em seus estertores.

Cerco e capitulação do IIIº Reich 1943/1945

Depois de Stalingrado (novembro de 1942-fevereiro de 1943), a sensação de vitória inundou o exército soviético. O duro ano de 1942 foi sucedido por brilhantes vitórias militares, onde os alemães foram gradualmente sendo desprovidos de suas melhores energias assim como obrigados a ceder amplas extensões de território ocupado. A contra-ofensiva russa se dá em toda a frente - das terras geladas do norte às férteis planícies da Ucrânia.

Dotados de melhor equipamento, as tropas soviéticas sentem-se mais seguras e autoconfiantes, empurrando vigorosamente o inimigo para suas fronteiras. No Norte, liberam a zona de Nevel; no setor central, conquistam Smolesk; e as operações do Sul terminam com a captura da bacia do Donez, de onde avança em direção ao rio Dnieper, fazendo com que as forças alemãs que ocupavam a Criméia terminassem por ficar isoladas.

No verão de 1943 (julho/agosto) travou-se a maior batalha de tanques de todos os tempos. Acredita-se de cerca de seis mil blindados e quatro mil aviões tomaram parte da batalha de Kursk. Devido à exiguidade do território disputado, o massacre tomou formas nunca dantes vistas. Os alemães acusaram baixas de 70 mil mortos e 2.900 tanques destruídos, assim como 1392 aviões abatidos e a perda de mais de 5 mil veículos. Nunca mais a Wehrmacht conseguiu recuperar-se de tamanho abalo.

17 de janeiro de 1943: ruas de Stalingrado são devastadas após sucessivos ataques
17 de janeiro de 1943: ruas de Stalingrado são devastadas após sucessivos ataques
Foto: Getty Images

O capítulo de Leningrado

Das grandes tragédias que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, a de Leningrado merece atenção especial. Se milhares de pessoas haviam sucumbido em Hiroshima e Nagasaki, em Hamburgo e Dresden, ou pelos raides aéreos sobre Londres e Coventry, nenhuma catástrofe se compara com a que ocorreu com a população civil de Leningrado. Cercada desde o início da invasão alemã, foi submetida ao bombardeio e isolada do resto do país por 900 dias.

Dos seus três milhões de habitantes existentes em 1941, um terço sucumbiu pelas bombas e, principalmente pela fome.

Como disse H. Salisbury:

Logo nos primeiros dias a aviação alemã conseguiu destruir suas reservas de alimento; um terrível racionamento foi imposto. Pessoas debilitadas pela falta de proteínas simplesmente morriam no trajeto para o trabalho, nos bancos das praças, nos escritórios ou em suas habitações. Foi preciso esperar mais de seis meses para poder evacuar parte da população, aproveitando o congelamento do Lago Ladoga, única via de ligação existente com a parte russa não ocupada pelos invasores, chamada "Estrada do Gelo".

Por ela, as autoridades soviéticas conseguiram evacuar 512 mil pessoas no inverno de 1941/1942, assim como atenuar a carência de alimentos, combustível e munição. A população restante resistiu até a liberação final da cidade, mas as perdas humanas foram assombrosas. No julgamento de Nuremberg falou-se de 632 mil vítimas, enquanto outras fontes indicam 900 mil mortos. Seja qual for a conta correta, o fato é que Leningrado possui o maior cemitério de vítimas civis da Segunda Guerra Mundial.

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Fonte: Especial para Terra
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