PUBLICIDADE

Depoimento: 'Com a Biomedicina percebi que poderia ajudar as pessoas'

Mariana Ribeiro Farah Mazzilli estuda técnicas para tratar tumores superficiais, como câncer de pele, e eficazes contra fungos, bactérias e vírus

19 jul 2020 - 14h41
Compartilhar
Exibir comentários

"Eu sempre soube que queria atuar na área da Saúde. Assim que me formei no ensino médio, tentei durante dois anos passar em Medicina, mas não consegui. Então pesquisei áreas correlatas e encontrei a Biomedicina. Eu me apaixonei. Percebi que minha atuação seria no progresso da ciência, o que, de forma indireta, ajuda as pessoas.

Me formei há cinco anos e uma experiência marcante que tive durante a graduação foi um estágio que fiz na Santa Casa de Araraquara. Lá, atuei em um laboratório pelo período de um ano e pude ter contato com diversos campos, o que foi muito importante. Passei pelas áreas de coleta, hematologia, parasitologia e microbiologia.

Tempos depois, eu me mudei para São José dos Campos. Aqui, fiz minha pós-graduação em Biomedicina Estética aqui na Univap (Universidade do Vale do Paraíba) e comecei a atuar na área, com o desenvolvimento de tratamentos para problemas de pele. Eu busquei fazer o mestrado em Bioengenharia pela necessidade de me aprofundar ainda mais na minha área de formação.

Durante o mestrado, dediquei atenção especial às terapias fotodinâmicas, que são técnicas utilizadas para tratamento de tumores superficiais, como câncer de pele, e que também têm eficácia na ação contra fungos, bactérias e vírus. Essas terapias são aplicadas em áreas como Medicina e Odontologia e ocorrem por meio da ação de fármaco fotossensibilizador, um composto químico aplicado via oral e também diretamente na pele. Logo depois da aplicação, a lesão recebe uma irradiação de fonte luminosa.

Atualmente, a terapia fotodinâmica é mais acessível, por utilizar equipamentos de baixa potência que viabilizam uma produção mais econômica. Com o objetivo de tornar tal terapia ainda mais eficiente, desenvolvi um projeto que possibilita a ação mais concentrada na região da pele tratada, maximizando assim o resultado do processo.

Para explicar melhor, dando um pouco mais de detalhes técnicos do processo, a ideia é obter compostos químicos a partir de nanopartículas de BSA, proteína derivada de vacas. Tais nanopartículas são encapsuladas no composto ftalocianina de silício di-hidróxido, que é então aplicado na terapia fotodinâmica.

Eu concluí meu mestrado aqui em abril e, com esses resultados animadores que obtive, eu quero continuar as pesquisas em terapias fotodinâmicas e, assim, conseguir descobrir outras formas de tratamentos contra lesões de pele."

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade