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Candidatos dizem que foram barrados do Enem por superlotação

Estadão revelou que planos de aplicação envolviam espaços com proporção de alunos acima da prevista pelo governo; Inep não se manifestou

17 jan 2021 - 15h42
(atualizado às 16h17)
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Candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) relataram que foram barrados na entrada de locais de prova neste domingo, 17. Estudantes de Florianópolis e Porto Alegre dizem que os aplicadores alegaram superlotação de salas. Isso ocorre após questionamentos na Justiça sobre a capacidade do governo federal garantir o distanciamento de alunos durante o teste. O Estadão revelou que as os planos incluíam salas com até 80% de ocupação, acima dos 50% previstos pelo Ministério da Educação (MEC).

Movimentação de candidatos na Universidade Unip, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, um dos locais de realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio 2020 (ENEM), adiado para esse ano, neste domingo, 17 de janeiro de 2021. A prova está sendo aplicada para 5,7 milhões de alunos em todo o País, em meio à segunda onda da covid-19.
Movimentação de candidatos na Universidade Unip, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, um dos locais de realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio 2020 (ENEM), adiado para esse ano, neste domingo, 17 de janeiro de 2021. A prova está sendo aplicada para 5,7 milhões de alunos em todo o País, em meio à segunda onda da covid-19.
Foto: ROBERTO COSTA/CÓDIGO19 / Estadão Conteúdo

Dezenas de alunos que fariam o Enem na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foram orientados a voltar para casa. Houve formação de filas e funcionários da Cesgranrio, fundação que organiza a aplicação do exame, fizeram uma lista com os nomes de quem não pôde entrar nas salas com a promessa de que poderiam realizar o teste em fevereiro.

Na terça-feira, 12, a UFSC comunicou o Inep e a Cesgranrio sobre o risco de lotação das salas e questionou o plano de aplicação das provas, com 80% de ocupação. Segundo a Universidade, a condição para ceder espaços no campus localizado no bairro Trindade previa um limite máximo de 40% de ocupação das salas. Na sexta, 15, a instituição reformou o comunicado e emitiu uma nota alertando para risco de aglomeração e permanência de muitas pessoas em um único espaço por longo período, no entanto, até este domingo, 17, a UFSC não recebeu respostas das instituições aplicadoras do exame.

O problema se repetiu no prédio da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, um dos locais de Porto Alegre que mais recebem estudantes para prestar o exame. Helena Meira, 19 anos, chegou na sala onde deveria fazer a prova às 12h40, 20 minutos antes dos portões se fecharem. Entretanto, não pôde realizar o exame porque foi informada por um dos fiscais que o limite de pessoas da sala tinha sido extrapolado.

Pega de surpresa, ela se mostrou preocupada em não poder realizar a prova. "Me disseram que eu teria de ligar para o 0800 e informar que não pude fazer a prova, e então remarcar para fevereiro." Para Helena, a fiscal garantiu que ela não receberia falta, e não seria impedida de prestar o Enem em outra data. "Fui pega de surpresa, pois cheguei com antecedência e mesmo assim não pude fazer a prova", relata a jovem, que tenta a prova pela terceira vez.

Procurado pela reportagem, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pela prova, não se manifestou até as 15 horas./ JÚLIA MARQUES, ILANA CARDIAL, LUIZ CARLOS PAVÃO, FÁBIO BISPO E EDUARDO AMARAL, ESPECIAIS PARA O ESTADÃO

Estadão
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