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Brasileiro cria tecnologia que otimiza trabalho 'invisível' de professores e é premiado nos EUA

Plataforma gratuita permite que professores preparem aulas, corrijam atividades e promovam recursos de acessibilidade, entre outras funções

29 ago 2024 - 05h00
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Foto: Arquivo Pessoal

Aos 18 anos, quando começou a graduação em Engenharia, o carioca Pedro Siciliano também se tornou professor. No caso, ele dava aulas particulares nos tempos livres e criou uma espécie de cursinho para ajudar vestibulandos. Ele passou a se sustentar com a Educação e, nesse processo, também sentiu as dores do que é gastar o 'dobro' do tempo preparando as aulas, corrigindo exercícios e realizando outras tarefas que ocupam as horas extra-classe dos professores. Dez anos depois, aos 28 anos, ele tem se esforçado para mudar essa realidade por meio da tecnologia.

Como uma forma de retribuir os tantos professores que cruzaram sua vida e, também, com o objetivo de proporcionar melhores condições para a profissão, Pedro criou, então, uma tecnologia para otimizar o trabalho 'invisível' dos educadores. Com expertises em inteligência artificial, junto ao também engenheiro Fábio Baldissera, ele deu vida à Teachy.

Trata-se de uma plataforma gratuita que, atualmente, atende mais de 300 mil professores na América Latina. A partir dos conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), materiais revisados por professores voluntários e soluções de inteligência artificial (IA), é possível ter acesso a materiais pedagógicos, preparar aulas rapidamente, encontrar bases de questões, fazer correções "automágicas", criar materiais com mais de 20 ferramentas de IA, promover recursos de acessibilidade e organizar dados de boletim. 

Segundo Pedro, professores da Educação Básica costumam gastar cerca de 20 horas por semana com atividades do tipo, fora da sala de aula. Muitas vezes, como conta, professores usam até o domingo para fazer essas 'lições de casa'. Já com a tecnologia, que reúne materiais e ferramentas em um lugar só, tudo leva menos tempo para ser concluído.

"Essas pessoas trabalhariam o dia inteiro e agora conseguem automatizar muito mais o trabalho processual… É para que os professores tenham mais tempo ainda para fazer a diferença dentro da sala de aula e, também, ter mais qualidade de vida em consequência", defende o engenheiro.

Do Brasil para o mundo

A Teachy foi fundada em 2022. A tecnologia, segundo o cofundador e CEO da empresa, é "digna de Vale do Silício". Em 2023, o grupo levantou investimento de US$ 1,6 milhão – o equivalente a cerca de R$ 8,8 milhões. O aporte foi liderado pelo fundo NXTP, com participação da Roble Ventures. 

Agora, em julho, a plataforma foi premiada na categoria 'Empreendedorismo Social' no programa Stanford Impact Founder (SIF), da Universidade Stanford, na Califórnia, Estados Unidos. O prêmio foi de US$ 110 mil, cerca de R$ 605,9 mil, e será usado para investir na tecnologia.

"Nós estamos no início. A gente ajuda 400 mil professores. A gente já é, hoje, inclusive, a maior edtech de inteligência artificial da América Latina. E isso é só o começo. A gente está a 1%, porque a gente quer ajudar 70 milhões de professores no mundo inteiro. E não vai ser fácil, mas a gente, com certeza, vai continuar correndo até chegar lá", afirma Pedro.

Fonte: Redação Terra
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