Brasileira formada em Harvard destaca três dicas para quem tem o sonho de estudar no exterior

Formada em Psicologia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, com a nota mais alta da turma e premiada pelo seu desempenho acadêmico, Sarah Borges, de 23 anos, destacou em entrevista ao Terra três dicas que considera relevantes para quem também tem o sonho de estudar no exterior.

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1 - Procurar por programas de mentoria

Sarah decidiu que queria tentar estudar fora do País, como bolsista, enquanto ainda cursava o ensino médio. Para aplicar em universidades do exterior, ela conheceu e teve o auxílio de um programa de mentoria.

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"Os programas de mentoria são incríveis, podem realmente ajudar muito. Para mim, foi uma mudança de chave, e existem vários programas. Conheço alunos que passaram através desses programas para universidades fantásticas nos Estados Unidos e em outros países também", destaca a jovem.

"Um é o programa de mentoria da Brasa [Brazilian Student Association], que foi o que eu fiz, tem também o Prep Estudar Fora, da Fundação Estudar, tem os Portais Acadêmicos, do EducationUSA, e tem outros programas. Se o aluno der uma pesquisada, encontra vários programas que apoiam. E o bom é que você tem apoio individual, mas também entra em uma comunidade de alunos que está aplicando, tem acesso a isso. Alguns programas também oferecem apoio financeiro."

2 - Ter disciplina

A estudante orienta a focar bastante nos estudos para estar bem preparado para as avaliações que fazem parte do processo para admissão nas universidades estrangeiras.

"Se é realmente algo que você quer fazer, é preciso dedicar muitas horas. Não ter medo se, às vezes, precisar abdicar de algumas experiências para se dedicar a isso. O que eu posso dizer, cinco anos depois, que vale muito a pena", aconselha Sarah.

"Não estou falando para a pessoa ficar o dia inteiro na biblioteca estudando, é importante ter um equilíbrio até para a própria saúde mental. Mas teve momentos que eu abdiquei de, por exemplo, sair para dedicar mais tempo para se preparar, para estudar para provas. Ter essa disciplina é muito importante porque se você for ver essas histórias de sucesso, tem muitas horas que a pessoa colocou nisso. Não surgiu da noite para o dia", ressalta.

3 - Estudar idiomas

Sarah ainda recomenda aprender outros idiomas, especialmente o inglês. "Mesmo que a pessoa fique no Brasil, é muito importante aprender o inglês. Se você quer seguir uma carreira científica, muitas informações, os recursos das redes são em inglês. Para uma carreira internacional faz total diferença, independentemente do país que você vá."

"Foi uma dificuldade no início para mim, eu nunca fiz inglês fora da escola, então toda a minha base veio das escolas onde eu estudei. [...] Quando eu decidi aplicar, eu tentei me expor ao inglês ao máximo: mudei minhas configurações do celular para o inglês, escutava vídeos em inglês, me gravava falando inglês e escutava, tentava fazer um diário em inglês. Pratique muito. Se você tem a chance de fazer um curso fora, maravilha, mas se não, tem muitos recursos no YouTube, que foi o que eu usei, e dá para aprender muito por meio disso também", afirma Sarah.

Premiada em Harvard

A história de Sarah ganhou grande destaque nos últimos dias. A goiana, além de se formar em Harvard com bolsa de estudos em maio deste ano, ganhou o Sophia Freund Prize, prêmio destinado aos alunos que tiram as maiores médias de notas da turma e concluem o curso com a distinção acadêmica "summa cum laude" -- "com a mais alta honra", em português, concedida a estudantes com desempenho excepcional nos estudos.

A Universidade de Harvard divulgou um documento no início deste mês com os nomes dos estudantes que receberam o reconhecimento em 2025. Cada um dos 54 alunos selecionados também ganhará US$ 1 mil (cerca de R$ 5.540, na cotação atual).

Em entrevista ao Terra, Sarah também lembrou que a paixão pelos estudos foi cultivada desde criança, disse como foi sua trajetória até ser aprovada na universidade norte-americana, como eram as aulas por lá e as estratégias de estudos que usou ao longo da graduação.

Além disso, contou que começará um doutorado em Psiquiatria na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, com bolsa de estudos, e pretende continuar investigando melhores formas de entender, prevenir e tratar problemas de saúde mental no Brasil e no mundo. Nesta outra reportagem, conheça mais sobre a história e as conquistas da brasileira.