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Edifício Suite Vollard: o prédio giratório de Curitiba entre a inovação e o abandono

Descubra por que o Edifício Suite Vollard, primeiro edifício giratório do mundo em Curitiba, está abandonado e o que levou a isso

28 dez 2025 - 13h00
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O Edifício Suite Vollard, em Curitiba, chama atenção até hoje por reunir dois aspectos que raramente aparecem juntos: inovação extrema e abandono prolongado. Projetado para ser um marco da arquitetura mundial, o prédio ficou conhecido como o primeiro edifício giratório do mundo, com andares que podiam mudar de posição ao redor de um eixo central. Apesar dessa proposta tecnológica, o imóvel está atualmente vazio, sem uso regular e cercado por dúvidas sobre seu futuro.

Localizado no bairro Mossunguê, também chamado de Ecoville, o empreendimento surgiu no início dos anos 2000 como símbolo de modernidade e investimento imobiliário de alto padrão. A promessa era simples de entender e complexa de executar: oferecer apartamentos de luxo em um prédio capaz de girar, controlado por sistemas automatizados. Com o passar dos anos, porém, o que era visto como vitrine de tecnologia acabou se transformando em um caso frequente de estudo sobre riscos, custos e entraves na construção civil.

Por que o Edifício Suite Vollard é considerado o primeiro edifício giratório do mundo?

A palavra-chave central neste tema é Edifício Suite Vollard, justamente porque o prédio foi apresentado como pioneiro na ideia de rotação de pavimentos residenciais. Cada andar foi concebido para girar independentemente, em torno de um eixo central fixo, permitindo que o morador alterasse a posição do apartamento ao longo do dia. Essa rotação seria lenta, quase imperceptível, mantendo a sensação de estabilidade enquanto o horizonte mudava ao redor.

O sistema previa motores elétricos, trilhos e anéis estruturais que sustentavam o peso das lajes, além de soluções específicas para instalações de água, energia e esgoto, que precisavam se adaptar ao movimento sem gerar rupturas. Em termos de engenharia, o prédio tornou-se referência por combinar estrutura de concreto com elementos mecânicos e automação, abrindo espaço para estudos sobre edifícios dinâmicos e arquitetura móvel.

Edifício Vollard, um elefante branco tecnológico em Curitiba.
Edifício Vollard, um elefante branco tecnológico em Curitiba.
Foto: Divulgação. / Giro 10

Na época de seu lançamento, o Vollard foi amplamente divulgado em reportagens nacionais e internacionais. A ideia de um prédio giratório em Curitiba reforçou a imagem de cidade inovadora e conectada à tecnologia. O empreendimento unia a proposta de luxo, exclusividade e um conceito futurista de morar, em que o morador poderia "escolher a vista" apenas acionando um comando.

Como funcionava a tecnologia do prédio giratório em Curitiba?

Para que o Edifício Suite Vollard pudesse girar, era necessário combinar engenharia estrutural robusta e sistemas de automação confiáveis. O eixo central permanecia fixo, concentrando elevadores, escadas, tubulações principais e parte dos cabos de energia. Em volta dele ficavam as lajes, conectadas a anéis e rolamentos que permitiam o movimento circular. Motores instalados em pontos estratégicos faziam a rotação controlada dos pavimentos.

A velocidade de giro era bastante baixa, levando vários minutos para uma volta parcial ou total. Isso reduzia impactos sobre os moradores e sobre a própria estrutura. Ao mesmo tempo, era preciso garantir que a passagem de água, gás, energia e dados funcionasse sem interrupções. Para isso, utilizavam-se conexões especiais, capazes de suportar o movimento contínuo sem desgaste prematuro ou vazamentos.

Além da parte mecânica, o projeto envolvia um sistema de controle eletrônico, com comandos para cada apartamento. As unidades podiam, em tese, girar de forma independente, o que exigia monitoramento constante e manutenção periódica. Essa complexidade técnica, embora chamativa no marketing, implicava custos contínuos e necessidade de equipes treinadas para operação e reparos.

Por que o Edifício Suite Vollard está abandonado hoje?

A situação atual do Edifício Suite Vollard abandonado resulta de uma combinação de fatores imobiliários, jurídicos, técnicos e econômicos. Com o passar dos anos, surgiram relatos de dificuldades na manutenção do sistema giratório, custos elevados para conservar motores, rolamentos e equipamentos, além de questões ligadas ao acabamento interno e à ocupação efetiva dos andares.

Ao mesmo tempo, o mercado de alto padrão em Curitiba mudou. Novos empreendimentos surgiram na região do Ecoville com propostas mais convencionais, porém com áreas comuns amplas, serviços e infraestrutura consolidada. Nesse cenário, um prédio com tecnologia específica, manutenção complexa e histórico de problemas passou a enfrentar maior resistência de compradores e investidores.

Também se mencionam conflitos relacionados à incorporadora original, processos judiciais e dificuldades para regularizar completamente o empreendimento, o que afeta a possibilidade de ocupação plena. Em muitos casos semelhantes no país, quando há impasses jurídicos e alto custo de adequação às normas atuais de segurança e acessibilidade, o imóvel acaba ficando vazio por longos períodos.

Quais fatores ajudam a explicar o abandono do Vollard?

Para entender por que o edifício giratório de Curitiba permanece sem uso consolidado, costuma-se observar alguns pontos recorrentes:

  • Custo de manutenção: sistemas mecânicos e eletrônicos complexos exigem inspeção frequente, peças de reposição e mão de obra especializada.
  • Desvalorização pela incerteza: dúvidas sobre o funcionamento do giro, sobre despesas condominiais futuras e sobre o suporte técnico reduzem o interesse de compradores.
  • Entraves jurídicos e comerciais: processos, dívidas ou disputas entre empresas podem atrasar repasses de unidades e impedir novos investimentos.
  • Atualização de normas: mudanças em legislações de segurança, incêndio e acessibilidade podem exigir reformas caras em prédios já concluídos.

Em muitos empreendimentos experimentais, o pioneirismo traz visibilidade, mas também riscos. Quando a tecnologia empregada é única ou pouco difundida, encontrar fornecedores, assistência técnica e seguros compatíveis torna-se mais complexo. Isso acaba impactando a relação entre moradores, administradoras e incorporadoras.

O que o caso do Edifício Suite Vollard revela sobre projetos inovadores?

O caso do Suite Vollard, em 2025, segue sendo citado em cursos de arquitetura, engenharia e planejamento urbano. O prédio mostra como a busca por inovação extrema, como um prédio rotativo, precisa vir acompanhada de plano de longo prazo para operação, manutenção e adaptação ao mercado. A proposta de andares que giram continua chamando atenção, mas o desuso do edifício reforça a importância de avaliar não apenas o impacto inicial, e sim a viabilidade cotidiana.

Ao mesmo tempo, a construção contribuiu para ampliar o debate sobre edifícios inteligentes, sustentabilidade e flexibilidade espacial. Muitos projetos mais recentes optam por soluções menos radicais, como fachadas dinâmicas, brises móveis e automação interna, que exigem menos intervenção estrutural e custos mais previsíveis. Assim, o Vollard permanece como referência histórica, ao mesmo tempo emblemática e cautelosa, dentro do cenário da construção civil brasileira.

Giro 10
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