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O governo federal vai repassar
a entidades não-governamentais R$ 50,00 para
tratamento psicológico e educativo de crianças
envolvidas com a exploração sexual ou
vítima de abuso. Segundo a secretária
nacional de Assistência Social, Wanda Engel,
serão destinados inicialmente R$ 6 milhões
para esse programa, que irá atender inicialmente
20 mil vítimas.
"Não sabemos exatamente como será
feito o projeto, já que ele será desenvolvido
pelas entidades", afirma a secretária.
Ela explicou que o Programa de Combate ao Abuso e
à Exploração Sexual está
dividido em duas etapas: atendimento e prevenção.
De imediato serão atendidas os casos levantados
pelos conselhos tutelares de 19 Estados brasileiros,
onde esse tipo de exploração foi detectado
com maior freqüência. "Serão
repassados R$ 50,00 por criança mensalmente
para que as entidades façam o atendimento pedagógico,
o resgate da auto-estima e a valorização",
afirma a secretária.
Hoje, no Brasil, não existem estimativas de
quantas crianças e adolescentes vivem na prostituição,
nem mesmo há estatísticas policiais
ou da área social mostrando quantas são
vítimas de abusos sexuais. Entretanto, o governo
sabe que pelo menos 60% dos casos ocorreram no próprio
lar. "Não podemos ficar esperando dados
concretos, sem fazer nada", afirma Wanda.
Há quatro anos, o governo brasileiro ratificou
a declaração e a agenda de ações,
mas não há programas efetivos no País.
Ao assinar a convenção internacional,
o Brasil comprometeu-se em atuar na prevenção,
atendimento e na responsabilização do
agressor.
Turismo - Além da secretaria e do
Ministério da Previdência e Assistência
Social, participam do programa, Embratur e o Ministério
da Justiça, já que uma das metas é
combater o turismo sexual, que ocorre com mais freqüência
no Nordeste, envolvendo menores.
O programa, anunciado ontem pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso, por meio de seu programa semanal
de rádio, também irá prestar
atendimento nas áreas de saúde, educação,
justiça e segurança para a família
das vítimas.
Para este ano, o governo deverá também
aumentar o atendimento às crianças trabalhadoras.
Mais 217 mil menores serão incluídas
no Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil (Peti), aumentando para 362 o total de crianças
atendidas.
Redação
Terra / O Estado de S. Paulo
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