|
Quando as mães chegam
ao salão em Pirituba, zona oeste, acham tudo
arrumado - o cesto de pesar crianças já
está pronto, as cadeiras de plástico
enfileiradas e o fogão de duas bocas esperando
o mingau feito com leite, farelo de arroz, sementes,
casca de ovo e fubá. Ali, todo mundo sabe:
no primeiro sábado do mês, as agentes
da Pastoral da Criança vêm para dar seguimento
a um trabalho que começou há quatro
anos no bairro, mas faz parte de um projeto que vem
dando certo desde 1983.
Simples e eficaz, trata-se de um dos maiores programas
de voluntários do mundo. No Brasil, reúne
127 mil pessoas, que trabalham em 3.216 municípios
e atendem 1,3 milhão de famílias. Onde
atuam, conseguem reduzir o índice de mortalidade
infantil por meio de quatro estratégias básicas:
pesar as crianças de até 6 anos, distribuir
o mingau, indicar soro caseiro nos casos de diarréia
e insistir para que as mães vacinem os filhos.
"A pastoral não faz o papel de posto
de saúde, mas encaminha e orienta", esclarece
uma das coordenadoras, Cecília Zanet. Isso
inclui informações e conversas sobre
planejamento familiar, gravidez, aleitamento materno,
terapia de reidratação oral, crescimento
e desenvolvimento infantil e alimentação
alternativa.
As mães elogiam o trabalho. "Antes morria
muita criança por falta de cálcio e
alimento, mas, de dois anos para cá, parou
de morrer", comemora a dona de casa Teresa de
Fátima Lopes Pereira, de 46 anos, mãe
de oito filhos.
Redação
Terra / O Estado de S. Paulo
|