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De 1982 para cá, enquanto
a população cresceu 42,5%, a taxa de
gravidez dos 10 aos 19 anos aumentou 391%. Entre os
óbitos neonatais, essa era a faixa etária
de 30% das mães. Os dados são da Sociedade
Brasileira de Pediatria e alertam para um dos problemas
mais graves na área de saúde do adolescente:
a gravidez precoce.
Hoje, o parto é a principal causa de internação
de meninas entre 10 e 14 anos e o principal procedimento
médico no SUS. Em 1999, 26% deles foram de
adolescentes.
Segundo os médicos, as conseqüências
do exercício irresponsável da sexualidade
costumam estar relacionadas a abortos, abandono de
bebês, casamentos forçados e proliferação
de doenças sexualmente transmissíveis,
como a sífilis e a Aids. Também repercutem
nos índices de mortalidade infantil. "Outro
problema é que a maioria dessas mães
abandona a escola, tem dificuldade de encontrar emprego
e sofre rejeição da família",
diz Maria Lúcia Tavares, do Movimento Popular
de Saúde da Região Leste.
Segundo a Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde,
em 1996, 54% das jovens sem escolaridade já
haviam engravidado, enquanto só 6,4% das que
tinham mais de 9 anos de estudo eram mães ou
estavam grávidas pela primeira vez. O Ministério
da Saúde garante que tem feito campanhas sobre
o assunto. "Estamos atentos ao problema",
diz o secretário de política de saúde,
Claudio Duarte Fonseca.
Redação
Terra / O Estado de S. Paulo
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