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Bitcoin tem a maior queda em 13 meses. Especialista explica os motivos e o que esperar do futuro

21 nov 2018 - 19h04
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O ano de 2018 vem sendo marcado pela queda dos preços das principais criptomoedas. Nos últimos dias, a cotação da principal criptomoeda, o Bitcoin, chegou a cair mais de 30%, impactando o preço das demais criptomoedas.

Foto: Unsplash / DINO

Esta é a quinta vez que o ativo tem uma queda abrupta e não é surpresa para especialistas como Rudá Pellini, sócio da Asset Management americana Wise&Trust, que desenvolve Inteligência Artificial para construir oportunidades de investimento com digital assets.

Segundo análise de Pellini, o movimento apresentado hoje é resultado de uma disputa entre alguns players do mercado, que vêm sendo observada desde 2017, quando o Bitcoin apresentou problemas de escalabilidade, com transações demorando horas para serem validadas.

"Por se tratar de um protocolo descentralizado, qualquer mudança no código precisa ser aprovada pela maioria, por consenso e, ano passado, mesmo tendo concordado com a solução proposta para escalabilidade, um grupo decide realizar uma divisão na rede e criar uma nova moeda, o Bitcoin Cash", comenta Rudá.

A existência dessas duas moedas, faz com que os "mineradores", usuários que validam as transações na rede em troca de uma recompensa, tenham a possibilidade de escolher quais das duas moedas (Bitcoin e Bitcoin Cash) minerar para aumentarem sua rentabilidade. Mesmo com os valores baixos, o poder de processamento dessas redes seguiu crescendo, com uma aposta na retomada de alta dos preços. "A capacidade de processamento é tão grande, que hoje equivale a mais de 500 vezes o processamento do Google", argumenta.

Os mesmos players que optaram por criar uma cópia do Bitcoin em 2017, entraram em disputa em Outubro de 2018, querendo dividir sua nova moeda em mais duas, dada a ausência de consenso entre eles. Surgem, então, o Bitcoin Cash ABC (BCHABC) e o Bitcoin Cash SV (BCHSV). Essas duas novas moedas dividem mais o poder de processamento da rede e uma nova competição é travada. Os promotores dessa divisão, em guerra, apostam na derrubada dos preços do Bitcoin para atrair os mineradores, fazendo-os alocar seu poder de processamento nas novas moedas.

Essa queda brusca de preços, acima de 70% e que já ocorreu outras 5 vezes na vida do Bitcoin, ocorre mais uma vez. Confira:

Período Variação Valor
09/2010 até 10/2010 -94,1% US$ 0,17 até US$ 0,01
06/2011 até 11/2011 -93,8% US$ 32 até US$ 1,99
04/2013 até 07/2013  -76,4% US$ 266 até US$ 63
11/2013 até 01/2015 -85,4% US$ 1.166 até US$ 170
12/2017 até 11/2018 -78,6%  US$ 19.783 até US$ 4220

Variações desta magnitude demonstram que o mercado de criptomoedas ainda é pequeno, ao ponto de um grupo relativamente pequeno de usuários conseguir manipular o preço e o mercado, porém a tendência é que a entrada de players do mercado tradicional, tragam mais segurança aos investidores para evitar esse tipo de disputa no futuro, ao promoverem um ambiente regulatório estável.

Segundo Rudá, o movimento de alta de 2017 foi incentivado por campanhas bem trabalhadas de marketing, trazendo para o mercado investidores despreparados na expectativa de ganhos fáceis. "O movimento dos ICOs e mega captações em projetos rodando em versão alfa desviou o foco em desenvolvimento de tecnologia pra desenvolvimento de pitch decks e white papers, foco no dinheiro fácil e acabou abrindo um espaço para captações bilionárias", salienta. O ápice dessas captações foi do projeto EOS, uma plataforma descentralizada que captou US$ 4 bilhões em 2018.

Para combater esse tipo de iniciativa, a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) apertou o cerco contra os ICO, transmitindo uma mensagem clara de que está atenta aos movimentos e que vai punir quem tentou se aproveitar de um sistema sem regulação para ter vantagem em cima de investidores.

"Acredito que este é um momento importante pro mercado ganhar consistência tecnológica, sem especulações de valorização de 50 vezes. A queda de agora está sendo diretamente proporcional ao hype, mas o turning point virá, como em qualquer nova tecnologia, quando tivermos casos reais de uso, modelos de negócio escaláveis e, principalmente, usabilidade para facilitar a adoção. O segredo está na usabilidade, precisa ser fácil e amigável como é, hoje, enviar uma mensagem por um aplicativo", finaliza Rudá.

O Bitcoin completou 10 anos em agosto de 2018, mas a adoção e aplicação da tecnologia Blockchain está em fase embrionária. Uma pesquisa da empresa de consultoria Gartner, aponta que a adoção da Blockchain se dará em larga escala e com diversos casos de sucesso a partir dos próximos 5 anos, podendo chegar em US$ 176 bilhões em 2025 e US$ 3.3 trilhões em 2030, demonstrando que o mercado potencial é vasto de oportunidades.

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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