Cresce número de acidentes com aviões de pequeno porte; entenda as causas
Especialista em aviação, Lito Sousa destaca influência de erros humanos e cultura de segurança nos recentes acidentes aéreos
Nos últimos meses, o Brasil registrou um aumento no número de acidentes com aviões de pequeno porte, levantando preocupações sobre as causas desse fenômeno. Casos recentes, como o jato que caiu na Avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo, e o acidente em Ubatuba, reforçam a necessidade de análise e investigação.
O que gerou onda de acidentes?
Para entender o que pode estar por trás dessas ocorrências, o portal LeoDias conversou com o especialista Lito Sousa, um dos maiores criadores de conteúdo sobre aviação do mundo. Segundo ele, os relatórios oficiais podem levar mais de um ano para serem concluídos, mas dados preliminares do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) apontam que fatores humanos são uma das principais causas dessas quedas.
O que são fatores humanos?
Entre os fatores humanos, destacam-se erros operacionais e falhas na manutenção, muitas vezes decorrentes de desvios de procedimentos e decisões inadequadas. Muitos incidentes inicialmente classificados como falha de motor acabam sendo, na verdade, consequência de erros humanos na operação ou manutenção da aeronave.
Além disso, a cultura organizacional de segurança tem um papel essencial. Estatísticas do SIPAER indicam que 33% dos acidentes envolvem aspectos psicológicos, como fadiga, estresse e tomada de decisões sob pressão.
Como reduzir os acidentes?
Para reduzir essas ocorrências, Lito Sousa sugere a implementação de cursos de fatores humanos, voltados para pilotos e mecânicos da aviação de pequeno porte. Ele enfatiza que o aprendizado baseado em incidentes reais pode ajudar a reforçar a importância de seguir os protocolos de segurança.
Além da capacitação, o especialista defende uma mudança cultural no setor, incentivando maior fiscalização por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e promovendo uma conscientização mais ampla sobre segurança operacional.
Enquanto a aviação comercial de grande porte possui processos mais rígidos e estruturados para evitar acidentes, a aviação geral ainda precisa evoluir nesse sentido. Para Lito, não se trata de alterar as regras atuais, mas sim de fortalecer a cultura de segurança e prevenção, garantindo maior confiabilidade e protegendo vidas.
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