PUBLICIDADE

Coronavírus

Variante Delta deve ter dificuldade para se disseminar em SP

Análise de especialista destaca que a variante Gama, originalmente detectada em Manaus, é predominante no Estado. Ao todo, 21 variantes já foram identificadas nas cidades paulistas

7 jul 2021 - 05h10
(atualizado às 07h24)
Compartilhar
Exibir comentários

A detecção do primeiro caso da variante Delta na capital paulista, que aconteceu na segunda-feira, 5, é um achado importante, mas não pode ainda ser considerado um sinal de que a mutação vai se espalhar pelo Estado.

Consumidores fazem compras em rua comercial de São Paulo em meio à disseminação da Covid-19
21/12/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Consumidores fazem compras em rua comercial de São Paulo em meio à disseminação da Covid-19 21/12/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Com a prevalência da variante Gama, também chamada de P.1 e que teve origem em Manaus, a tendência é de que a Delta encontre dificuldade para se disseminar, segundo Sandra Coccuzzo Sampaio Vessoni, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Instituto Butantan.

Desde o mês passado, o instituto iniciou um trabalho de monitoramento de variantes no Estado em parceria com laboratórios públicos e privados, por meio de sequenciamento genômico. Até o momento, 8,8 mil amostras foram analisadas.

"Os municípios estão com 70% a 100% de casos da variante P.1. Mesmo achando uma variante importante, o fato de ter uma muito disseminada faz com que não seja fácil alcançar o mesmo 'hub'. Não se encontra um espaço fácil para que a outra variante se estabeleça", explica a especialista.

O último balanço da Rede de Alertas das Variantes do Sars-CoV-2, com dados até 26 de junho, apontou que a Gama corresponde a 90,77% das variantes em circulação no Estado. Ao todo, 21 variantes já foram identificadas em circulação.

O sequenciamento das variantes é feito a partir da avaliação de uma amostragem definida por epidemiologistas com base nos casos dos 17 distritos sanitários do Estado. A escolha é aleatória, mas leva em consideração a carga viral.

"Se a gente encontra variante de interesse ou de atenção, uma vez que a gente encontra um indivíduo com positividade importante, os contactantes, pessoas que manifestaram algum sintoma ou mesmo assintomáticas, são monitorados. Aí, passamos a ter a medida de rastrear a região", diz Sandra.

Segundo ela, 1,5 mil amostras são sequenciadas por semana. No início, 2% a 3% das amostras eram analisadas. Agora, o porcentual subiu para 7%, padrão usado pelo Reino Unido, de acordo com a diretora do CDC.

Ela diz que o rastreamento não só detecta novas variantes, como auxilia nas estratégias para atuar contra a pandemia. "Em uma primeira tomada de decisão, trabalhamos com a Secretaria da Saúde, que é responsável pela tomada de decisão do ponto de vista epidemiológico. Nosso principal objetivo é acompanhar a estratégia vacinal e estamos em alerta em relação a outras variantes que a gente já detectou."

Prefeitura de São Paulo diz realizar inquérito epidemiológico

A Prefeitura de São Paulo disse em nota que está realizando um inquérito epidemiológico para saber como se deu a contaminação do morador da cidade que foi confirmado com a variante Delta. "Neste momento não é possível confirmar que a variante Delta esteja circulando no município, o que caracterizaria a transmissão comunitária", declarou.

A Coordenaria de Vigilância em Saúde (Covisa) informou que o caso positivo foi verificado em um homem que nega ter viajado ao exterior e que não teve contato com pessoas que viajaram recentemente para fora do País. "No entanto, ele mora com outras três pessoas, que podem ter feito contato com alguém que esteve no exterior e pode ter transmitido o vírus." Essas pessoas também estão em observação.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade