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Coronavírus

Médica alerta sobre saturação em hospitais do Rio

Viviane Biar trabalha em duas unidades e vê quadro da covid-19 se agravar

13 abr 2020 - 10h49
(atualizado às 12h06)
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Médica-plantonista de dois hospitais da rede particular do Rio, Viviane Biar tem se assustado com a demanda de casos de pacientes com sintomas da covid-19 nas unidades em que trabalha, na zona oeste da cidade e na Baixada Fluminense. Prevê assim um cenário dramático para os próximos dias, a partir também de relatos de colegas de profissão.

“O número de pessoas com insuficiência respiratória e outros sintomas típicos da ação do novo coronavírus tem aumentado bastante nos últimos dias, no Rio. A emergência onde trabalho está lotada e a dificuldade para conseguir transferir pacientes é enorme.”

Viviane Biar alerta que hospitais do Rio já enfrentam situação difícil por causa do número de infectados pelo coronavírus
Viviane Biar alerta que hospitais do Rio já enfrentam situação difícil por causa do número de infectados pelo coronavírus
Foto: Divulgação

Na sexta-feira da Paixão (10), o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital em que dá plantão na Baixada Fluminense também estava cheio, sem vagas.

Além do problema de saturação da rede hospitalar no Estado do Rio, há outros estresses por que passam os profissionais de saúde em razão da pandemia. Viviane conta que semanas atrás era comum ouvir de médicos amigos que o melhor, para eles, era contrair logo o vírus a fim de se criar imunidade.

“Mas aquela percepção, baseada em informações que vinham de outros países, de que o vírus seria mais brando com os não-idosos, como eu mesma imaginei, ‘sou jovem, sou saudável, comigo não vai ter problema’, aquela ideia que tínhamos já mudou completamente. Os casos têm se espalhado entre os mais novos e com bastante gravidade. E a contaminação tem afetado muito o pessoal da saúde, não só os da linha de frente, como também quem trabalha na recepção, no administrativo.”

Para Viviane, o melhor remédio no momento para o combate ao coronavírus é o isolamento social. “As pessoas não têm noção do quanto é triste ver alguém isolado numa emergência, num CTI, sem carinho, sem afeto, e sem saber se a mãe, o pai, se outros da família também estão com a doença. Aperta o coração de qualquer um.”

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado do Rio, atualizados na manhã desta segunda-feira, 70% dos leitos de CTI reservados para casos de coronavírus no Estado já estão ocupados – restariam apenas 217 vagas. O número confirmado de contaminados no Rio é de 2.855, com 170 óbitos. Outras 115 mortes estão sob análise.

Fonte: Sílvio Barsetti
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