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Coaf: Bolsonaro acusa parlamentares de vazar informações

Movimentações financeiras que envolvem Michelle e Flávio Bolsonaro foram colocadas sob suspeita

8 dez 2018 - 13h32
(atualizado às 14h26)
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O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 8, que advogados dos parlamentares fluminenses presos vazaram informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre a movimentação atípica de R$ 1,23 milhão, entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017, de Fabrício Queiroz, ex-funcionário do gabinete de seu filho, o deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). As informações foram divulgadas essa semana pelo "Estadão" e incluem depósitos na conta de sua mulher, Michelle Bolsonaro que o presidente justificou como pagamento de um empréstimo.

"Pente fino do Coaf foi feito no início do ano. Foram advogados que vazaram isso agora para tentar desviar o foco da atenção, deles para o meu filho", acusou.

Bolsonaro, durante reunião em Brasília 14/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Bolsonaro, durante reunião em Brasília 14/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Bolsonaro disse que o dinheiro na conta de sua mulher foi feito em pagamento ao empréstimo feito ao ex-funcionário e que não depositou na própria conta porque não costuma ir a banco. "Foi na (conta) da minha esposa, pode considerar na minha. Só não foi na minha por uma questão de mobilidade", disse Bolsonaro. "Ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal", completou, reafirmando ter recebido dez cheques de R$ 4 mil.

O presidente eleito declarou que ainda não conversou nem com o filho nem com Queiroz sobre o caso, mas afirmou que Flávio não está sendo investigado e que o Coaf fez apuração de todos os funcionários da Alerj. Ele confirmou não ter declarado o empréstimo ao Imposto de Renda (IR) porque foram se avolumando.

"Se errei, arco com minhas responsabilidades com o fisco", disse. "Próprio Coaf diz que movimentação atípica não é afirmação de que haja irregularidades", comentou.

Crise Interna

Bolsonaro confirmou que se reunirá com o PSL na próxima semana e disse que irá acalmar o partido. "PSL é um partido bastante novo. Dos 52 deputados, 48 são novos e estão brigando por espaço. Eu lamento e vou tentar acalmá-los. Se nós começarmos desunidos, fica difícil conseguir maioria no parlamento para aprovar o que interessa ao Brasil", afirmou

Bolsonaro lembrou que já teve reuniões com quatro partidos. Afirmou que semana que vem estão previstos encontros com as mais duas ou três bancadas. Questionado sobre as possíveis indicações, já que uma das razões para a briga entre os parlamentares é a vaga de líder do partido, o presidente eleito afirmou que precisa conciliar os interesses partidários com as bancadas temáticas.

"Tem muitos nomes bons. Temos que casar com os interesses também da agropecuária, da infraestrutura", completou.

Na manhã deste sábado, Bolsonaro participou da Cerimônia de Declaração de Guardas-Marinha de 2018, na Escola Naval. O evento marca a formatura dos oficiais da Marinha. Agora à tarde, de acordo com sua assessoria, ele não tem nenhuma agenda prevista.

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