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Missão no lado oculto da Lua tenta explicar sua origem

Para cientistas chineses, amostras reforçam teoria de que satélite se formou de colisão da Terra com corpo celeste.

17 mai 2019 - 14h46
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Primeiras amostras coletadas por robô enviado pela China dão força à teoria de que satélite se formou a partir de uma colisão da Terra com um corpo celeste.

Cientistas chineses publicaram na última quarta-feira (15/05) na revista científica Nature as primeiras descobertas da coleta de dados do rover Yutu-2 na face oculta da Lua, lado que não pode ser visto da Terra e onde os seres humanos nunca estiveram.

A missão chinesa Chang'e-4 foi a primeira a aterrissar no lado mais afastado da Lua. A sonda investiga a composição do manto lunar, para explicar a evolução e formação do satélite. Com as recentes descobertas, ganha força a hipótese de que a origem da Lua esteja relacionada à colisão da Terra com um corpo celeste.

A sonda Chang'e-4 aterrissou na cratera lunar Vón Kármán no dia 3 de janeiro e instalou o rover Yutu-2 para explorar a Bacia do Polo-Sul-Aitken. A Vón Kármán tem 2,5 mil quilômetros de diâmetro e é considerada uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar.

Foto: Climatempo
Amostras recolhidas pelo rover Yutu-2 revelaram vestígios de olivina,
material também presente no manto terrestre.

As amostras recolhidas pelo rover revelaram vestígios de olivina, o que levou os investigadores a especular que o manto pode conter olivina e piroxena em iguais quantidades, em vez do domínio de um destes minerais. A olivina é um dos principais componentes do manto terrestre, o que pode confirmar a teoria de que a Lua se formou de algum material que a Terra perdeu após um choque com um corpo celeste. Os minerais encontrados são, por sua vez, distintos das amostras da superfície lunar.

De acordo com a hipótese, quando a Terra sofreu o impacto da colisão com um corpo celeste, algum material teria se desprendido, aglomerando-se e formando a Lua. Os elementos mais leves ficaram na superfície, mas os minerais mais densos, como é o caso da olivina, caíram no manto lunar. Desta forma, a investigação chinesa poderá conduzir a um maior conhecimento acerca da evolução lunar e à confirmação da existência de um oceano de magma, teoria que ainda não foi confirmada.

"Nossos resultados apoiam a teoria do oceano de magma lunar e demonstram que a hipótese pode ser usada para descrever a história da evolução inicial da Lua", disse Chunlai Li, um dos cientistas que assinam o estudo publicado na Nature.

Para a equipe da pesquisa, conhecer a história da Lua pode abrir uma janela sobre a evolução da Terra e de outros planetas rochosos, porque sua superfície está relativamente intacta em comparação com a superfície inicial da Terra.

O rover continuará explorando o local e retirará mais material do solo. O plano da China é, em 2020, enviar à Lua a sonda Chang'e 5, com o objetivo de regressar à Terra com as amostras recolhidas.

Ao contrário do lado mais próximo da Lua, que sempre está voltado para a Terra e tem muitas áreas planas, o outro lado é montanhoso e acidentado.

LE/efe/afp/rtp

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