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Caso Klara Castanho: MP pede para polícia apurar violação do sigilo profissional de enfermeira

Promotoria informa que todo o procedimento de entrega do recém-nascido para adoção seguiu integralmente o trâmite previsto no ECA

27 jun 2022 - 16h03
(atualizado às 16h04)
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Caso Klara Castanho: MP pede para polícia apurar violação do sigilo profissional de enfermeira
Caso Klara Castanho: MP pede para polícia apurar violação do sigilo profissional de enfermeira
Foto: RD1

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou, por meio de nota enviada ao Terra nesta segunda-feira, 27, que solicitou à autoridade policial que apure possível violação de sigilo profissional da enfermeira que ameaçou e pode ter vazado dados da atriz Klara Castanho. A artista revelou ter engravidado após estupro e que deu o bebê à adoção. 

Em nota, o órgão destaca que a Promotoria de Justiça da Infância e de Santo André informa que todo o procedimento de entrega do recém-nascido para adoção seguiu integralmente o trâmite previsto no Estatuto da Criança e Adolescente.

"Com relação à suposta violação de sigilo profissional, já foi solicitada a apuração à Autoridade Policial, bem como o fato, conforme já noticiado publicamente, será apurado nas esferas dos órgãos profissionais. Outras medidas eventualmente adotadas pela Promotoria de Justiça, se o caso, observarão o sigilo que a matéria requer", acrescentou o MP, por meio de nota.

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) já havia declarado neste domingo, 26, que vai apurar a denúncia feita pela atriz. Em carta, a jovem revelou que uma enfermeira haveria ameaçado a divulgação da informação sobre a entrega voluntária à adoção do bebê gestado por ela. O Coren também manifestou solidariedade à jovem.

Relembre o caso

Rumores sobre o caso surgiram após a youtuber Antonia Fontenelle dizer em live que "uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção". Klara, então, decidiu publicar seu relato nas redes sociais. "Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e um trauma que sofri."

No texto, a atriz conta ter sido estuprada e ter engravidado, mesmo tendo tomado precauções após a violência. Meses depois, quase no término da gestação, ao passar mal, descobriu a gravidez.

"Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Não tinha ganhado peso e nem barriga. Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher", escreveu.

Ela contou que o médico que a atendeu não teve "nehuma empatia" por ela. "Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo."

Por não ter "condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo que ela merece ter", Klara buscou uma advogada e tomou a decisão de entregá-la à adoção logo que nascesse. "Passei por todos os trâmites: psicóloga, ministério público, juíza, audiência - todas etapas obrigatórias. Um processo que, pela própria lei, garante sigilo para mim e para a criança."

Porém, segundo ela, o sigilo não foi respeitado. "No dia em que a criança nasceu, eu, ainda anestesiada do pós-parto, fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: 'Imagina se tal colunista descobre essa história'." Ao chegar no quarto, deparou-se com mensagens do colunista, com todas as informações. Um segundo blogueiro buscou-a também dias depois.

"Apenas o fato de eles saberem, mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança", desabafou.

Com a publicação da carta, a atriz recebeu mensagens de apoio de outros artistas e internautas, que também questionaram a conduta do médico, do enfermeiro e dos colunistas.

Fonte: Redação Terra
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