vc repórter: brasileiro tenta quebrar recorde com pipa de 1.225 m²
O brasileiro Ken Yamazato, 74 anos, tenta desde 1999 entrar para o Guinness Book (Livro dos Recordes) com a construção e funcionamento da maior pipa do mundo. O projeto que já dura mais de uma década culminou na construção do papagaio, como também é conhecido, com uma área de 1.225 metros quadrados e cerca de 160 quilos. O engenheiro tentará realizar o feito no próximo domingo, na avenida Beira-Mar, em Ilha Comprida, São Paulo.
O atual recorde mundial pertence a dois irmãos kwaitianos, Abdulrahman Al Farsi e Faris Al Farsi, que em fevereiro de 2005 colocaram no ar uma pipa de 950 metros quadrados. Porém, Yamazato busca superar esse feito e, segundo ele, sua pipa cobriria três quadras de basquete, seis quadras de tênis e nada menos que 204 carros populares.
“É tudo muito complicado. Temos que provar uma série de coisas, porque tem muita cafajestagem, como pessoas que tentam burlar a pipa usando gás hélio, por exemplo, mas é pipa pura, tem que voar com o vento”, explicou Yamazato.
Em agosto de 2003, o engenheiro bateu o recorde brasileiro ao criar a maior pipa do País, com 481 metros quadrados. Yamazato já detinha o recorde com uma pipa de 94 metros quadrados. Depois de muitas tentativas o engenheiro conseguiu chegar aos 481 metros quadrados.
Para criar a nova pipa, o engenheiro aproveitou a utilizada anteriormente, acrescentando novos materiais. Foram 3,3 mil metros quadrados de plástico fino de sacos de lixo de 200 litros, unidos com fita adesiva e palitos de dente. Segundo o especialista, com essa quantidade de material daria para construir 54 mil “pipas-brinquedo” de 30 centímetros por 40 centímetros.
“O segredo é que criei a engenharia tupiniquim, que é uma mistura da criatividade nipônica com o jeitinho brasileiro. Se você não tem tecnologia apoiando, tem que usar criatividade. Temos que ter persistência, não perder a esperança. Pesquisamos e chegamos nesses números absurdos”, brincou Yamazato.
Porém, para alcançar um de seus objetivos, que é entrar para o livro dos recordes mundiais, é preciso provar muitas coisas. A soltura da pipa precisa ser realizada em um evento público que, neste caso será o “Ilha Comprida Kite Festival”. Além disso, é preciso contar com a presença da mídia para que, posteriormente, o material seja enviado para o Guinness Book. Testemunhas como o prefeito da cidade e os secretários também são importantes para a tentativa do recorde. Após enviar o material, o órgão analisará o fato e dará o veredito final, o que pode demorar até mesmo 1 ano, segundo Yamazato.
De acordo com o engenheiro, para ajudar a empinar a pipa o padrão internacional pede 700 pessoas. Porém, Yamazato tentará o recorde com 144 pessoas, além da ajuda de um caminhão para dar sustentação. Segundo ele, o trabalho começará a ser feito na sexta-feira, já que o papagaio está dividido em módulos. O engenheiro quer levantar 1/5 da pipa no primeiro dia. Depois disso, ela é recuada e outros 3/5 são empinados para que no domingo ela seja erguida por completo.
“Tenho mais de 18 mil horas trabalhadas nesse projeto e é tudo muito complexo, como logística, montagem e deslocamento. Se o tempo ajudar é possível que no dia 27 (sábado) à tarde ela esteja toda no ar”, disse.
Antes de tentar o recorde mundial de maior pipa do mundo, Ken já entrou para o Guinness Book brasileiro em 1998 ao empinar um “trem” (pipas empinadas em um mesmo fio) de 242 pipas. Em 1999 chegou à marca de 3344 pipas empinadas. Porém, segundo Yamazato os japoneses já conseguiram erguer mais de 17 mil papagaios em uma única linha.
Mas o engenheiro conta que seu principal objeto não é o recorde mundial. “O recorde é só para chamar a atenção de vocês. Nosso objetivo é o andamento de uma oficina pedagógica que tem o ‘Projeto Papagaio e Pipa-Modelismo’. Temos alunos da pré-escola, ensino médio, universitários. E o que eu gosto mais e sugiro é trabalhar na capacitação de professores. Esse trabalho abrange arte, educação, esporte, lazer e ecologia”, afirmou Yamazato, que percorre o Brasil dando palestras e orientações sobre sua paixão.
Os internautas Francisco Noriyuki Sato e Leonardo Obara, de São Paulo (SP), participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.