Tarcísio agora defende ex-coronel da Rota para vice de Nunes e pede agilidade em acerto de chapa
Ex-coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo é indicação de Jair Bolsonaro para vice na chapa encabeçada por prefeito Ricardo Nunes
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoiou, nesta segunda-feira, 10, a escolha do ex-coronel da Rota Ricardo de Mello Araújo como candidato a vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para as eleições municipais de outubro. A indicação de Araújo foi feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e não enfrenta oposição dentro do MDB.
Fiel seguidor de Bolsonaro, Araújo atuaria como um representante do ex-presidente em uma eventual nova gestão de Nunes. O prefeito, por sua vez, obteria um reforço na pauta da segurança pública durante a campanha, atraindo especialmente o eleitorado bolsonarista. Araújo foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) durante o governo de Bolsonaro.
Questionado sobre a indicação do ex-coronel para a vice de Nunes, Tarcísio afirmou que essa é a melhor escolha e que ele dará seu apoio. "Vou estar fechado com o presidente Bolsonaro", disse sobre a escolha de Araújo.
"Até pela mudança no cenário, é importante fazer esse acerto o mais rápido possível. Estaremos junto com o coronel Ricardo de Mello Araújo e com o Ricardo Nunes", acrescentou, durante coletiva de imprensa em Taboão da Serra. O governador participou da assinatura do termo aditivo de inclusão do projeto de extensão do metro até o município da Grande São Paulo.
Inicialmente, Tarcísio tinha mais predileção pela escolha de Sonaira Fernandes (PL), sua ex-secretária. Nos bastidores, a entrada do coach Pablo Marçal (PRTB) é o que motiva Tarcísio a querer acelerar a oficialização de Mello Araújo como vice de Nunes. Marçal tem aparecido nas últimas pesquisas de opinião tirando votos do atual prefeito. Na semana passada, o coach se reuniu com Bolsonaro e afirmou que o ex-presidente não apoiaria mais Nunes.
Em entrevista ao Estadão, Bolsonaro disse que tem compromisso com a reeleição de Nunes e que jamais permitiria que Marçal falasse em seu nome. Porém, o encontro do coach com o ex-presidente é interpretado como uma forma de pressionar pela indicação do militar bolsonarista para o posto de vice-prefeito na chapa de Nunes.
Marçal aproveita a situação para associar sua imagem ao bolsonarismo e tentar subir nas pesquisas, conquistando votos da direita, o que prejudica o projeto de reeleição do atual prefeito.
O presidente do Diretório Municipal do MDB, Enrico Misasi, disse ao Estadão/Broadcast que o partido, em princípio, não apresenta objeções ao nome do coronel, reiterando a autonomia do ex-presidente nas decisões: "Bolsonaro não é tutelado por ninguém e não tem colocado a 'faca na garganta' por nada".
Misasi enfatizou a importância de formar uma chapa competitiva para as próximas eleições, como tem sido o discurso da campanha do emedebista, "com composição e a competência necessárias para vencer a extrema esquerda". O dirigente municipal destacou que a coalizão de apoio está alinhada com esse objetivo. "Sempre estamos sujeitos a vários nomes. Todos os partidos pleiteiam", ponderou.
