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Política

STF vai rediscutir alcance do foro privilegiado a partir desta sexta-feira

Discussão será feita em um habeas corpus ajuizado pelo senador Zequinha Marinho, que pede a declaração de incompetência da Justiça do DF

27 mar 2024 - 17h18
(atualizado às 18h39)
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Resumo
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai começar a discutir a partir desta sexta-feira, 29, o alcance do foro por prerrogativa de função ou foro privilegiado, que atualmente se aplica apenas a crimes cometidos por autoridades durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo. O julgamento segue até o dia 8 de abril e pode regenerar os contornos do instituto, além de discutir casos envolvendo parlamentares e ministro da corte.
Monumento "Justiça" localizado em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) na praça do Três Poderes em Brasília
Monumento "Justiça" localizado em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) na praça do Três Poderes em Brasília
Foto: Wilton Junior/Estadão

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai voltar a discutir a partir desta sexta-feira, 29, no plenário virtual, o alcance do foro por prerrogativa de função, ou foro privilegiado. Desde 2018, a regra em vigor é que o foro se aplica apenas aos crimes cometidos por autoridades durante o mandato e relacionados ao exercício do cargo. Contudo, ainda não é um tema pacificado na Corte. O julgamento vai até 8 de abril.

A discussão será feita em um habeas corpus ajuizado pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). Ele pede a declaração de incompetência da Justiça do Distrito Federal para julgá-lo por suposta prática de "rachadinha" praticada entre 2007 e 2015, quando ele era deputado federal. O argumento é que, desde 2007, ele desempenhou cargos com foro privativo sem interrupção. Por isso, ele entende que a competência para julgá-lo é do Supremo.

Hoje, a orientação do Supremo é que o encerramento do mandato parlamentar implica remessa do processo para a primeira instância. Foi o que aconteceu, por exemplo, com as ações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O caso foi enviado ao plenário pelo relator, ministro Gilmar Mendes. No despacho, ele apontou que o julgamento pode recalibrar os contornos do foro privilegiado. "No caso dos autos, a tese trazida a debate não apenas é relevante, como também pode reconfigurar o alcance de um instituto que é essencial para assegurar o livre exercício de cargos públicos e mandatos eletivos, garantindo autonomia aos seus titulares", afirmou.

O julgamento vai ser realizado em meio ao debate sobre a competência do Supremo para julgar o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Brazão era vereador na época do crime.

Também há uma discussão sobre a competência do Supremo para julgar os acusados de envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023 e o caso de hostilidade de uma família de brasileiros contra o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma.

Estadão
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