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Política

Saiba como são os F-39 Gripens usados pela FAB em exercício militar com 16 países

Aeronaves militares da Força Aérea Brasileira são consideradas as mais avançadas em operação na América Latina

5 nov 2024 - 11h45
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A Força Aérea Brasileira enviou sete dos oito caças suecos F-39 Gripen E/F em operação no País para um exercício militar em Natal (RN) que reúne desde segunda-feira, 4, uma centena de aeronaves militares de 16 países no maior exercício de guerra aéreo da América Latina.

Os caças suecos F-39 Gripen E/F, que foram comprados pelo Brasil em um contrato com a fabricante sueca de aeronaves Saab em 2014, custaram US$ 4,5 bilhões (R$ 26 bilhões em valores atuais) aos cofres públicos. A aeronave é considerada a mais moderna em operação na América Latina e cobre a distância entre as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro em 12 minutos.

O F-39 Gripen E/F consegue atingir uma velocidade máxima de 2.400 km/h. Ou seja, quase o dobro da velocidade do som, que é de 1.234 km/h em condições climáticas e de pressão naturais.

Debaixo das asas, o Gripen pode levar até 7,2 toneladas de armamentos. Uma dessas armas é o míssil Meteor, capaz de atingir alvos localizados em um raio de até 200 quilômetros. Outro é o Iris-T, utilizado para alvejar objetos em até 30 quilômetros.

Além da alta velocidade, o teto máximo do F-39 Gripen E/F é de 16.000 metros acima do nível do mar. Em comparação, o quadrimotor Airbus A380, reconhecido pela performance em voos comerciais de grandes distâncias, pode alcançar 15.700.

O contrato de compra dos Gripens foi firmado em 2014 entre a Saab e o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Foram adquiridos 36 caças por US$ 4,5 bilhões. O preço unitário de cada aeronave foi de US$ 125 milhões (R$ 898 milhões).

A autonomia da aeronave varia. Equipada com armamentos, ela pode alcançar até 1.100 quilômetros, o equivalente à distância entre Anápolis (GO), onde os caças estão estacionados no 1.º Grupo de Defesa Aérea (GDA) e Salvador, na Bahia. Com o caça vazio, a distância máxima é de 4 mil quilômetros, ou seja, de Anápolis até o Panamá, na América Central.

O Gripen tem a capacidade de detectar os alvos de superfície e terrestre ao mesmo tempo, usando todos os sensores disponíveis da aeronave. As informações desses sensores são apresentadas de forma clara em um display moderno, que é sensível ao toque e apresenta os principais dados de voo.

O radar do Gripen é do modelo AESA (varredura eletrônica ativa) e permite a detecção simultânea de alvos posicionados em ângulos elevados. Essa ação não pode ser realizada em equipamentos mecânicos. Um sistema de rastreamento passivo com infravermelho faz com que o objeto perseguido não saiba que está sendo acompanhado.

Outra função moderna do caça sueco é um sistema de criptografia que pode ser compartilhado entre os pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB). Dessa forma, os militares podem compartilhar informações sobre os alvos de forma sigilosa.

Maior exercício aéreo conjunto da América Latina

A edição do exercício Cruzeiro do Sul, o Cruzex, em andamento no Rio Grande do Norte, coincide também com a escalada da crise diplomática entre Brasil e Venezuela, após o vizinho se movimentar para reivindicar a área de Essequibo, na Guiana. O governo brasileiro se recusou ainda a reconhecer a vitória eleitoral de Nicolás Maduro e vetou o ingresso da Venezuela nos Brics, o que levou Caracas a chamar de volta seu embaixador em Brasília.

No exercício em Natal, além de sete dos oito F-39 em operação na FAB, o Brasil vai usar seus F-5M e seus AMX A-1, além do avião de transporte KC-390. Esquadrões de sete países vão pousar em Natal para as manobras: Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Portugal. Militares de seis países vão ainda executar ações de guerra cibernética e espacial, enquanto outras oito nações mandaram observadores.

A FAB pretende ainda aproveitar a oportunidade para treinar a defesa antiaérea de médio alcance, com a simulação da utilização de parâmetros de sistemas antiaéreos, e para o chamado controle satelital, com o objetivo, segundo a Força, de "conscientizar os participantes sobre as possibilidades e os riscos atrelados aos sistemas espaciais".

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Estadão
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