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Política

RJ: manifestantes deixam acampamento próximo ao prédio do governador

6 set 2013 - 11h01
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Depois de 40 dias acampados próximos ao prédio do governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), os manifestantes deixaram o local na madrugada desta sexta-feira. Cerca de 20 jovens permaneciam na esquina da rua Aristides Espínola com a avenida Delfim Moreira, no Leblon, zona sul do Rio, desde o dia 28 de julho, pedindo a saída do governador, e mais investimentos nas áreas de saúde e educação.

A Polícia Militar (PM) informou que a saída foi decidida pelos próprios manifestantes. Enquanto permaneceram lá, pelo menos duas viaturas faziam a escolta para impedir possíveis problemas.

O movimento de ocupação próximo à casa do governador Sérgio Cabral começou no dia 21 de junho, porém, em 2 de julho os jovens foram retirados por policiais militares do 23º Batalhão. No dia 28, os manifestantes voltaram a montar acampamento no local. Durante o período em que estiveram acampados, diversos pessoas se uniram aos jovens, entre eles professores, que estão em greve desde 8 de agosto.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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