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Política

PMDB evita políticos e usa imagem do Papa em propaganda

O programa de dez minutos incluiu trechos do discurso com que o vice-presidente, Michel Temer, se despediu do Pontífice no Rio

23 ago 2013 - 12h07
(atualizado às 12h44)
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No final do programa de propaganda política de dez minutos, a imagem do Papa aparece durante alguns segundos enquanto escuta o discurso de Temer
No final do programa de propaganda política de dez minutos, a imagem do Papa aparece durante alguns segundos enquanto escuta o discurso de Temer
Foto: Divulgação

Principal aliado do governo Dilma Rousseff, o PMDB evitou usar imagens de seus líderes, mas incluiu cenas do papa Francisco na propaganda política que transmitiu na última quinta-feira em rede nacional. O programa de dez minutos incluiu trechos do discurso com que o vice-presidente, Michel Temer, se despediu do Pontífice no aeroporto internacional Tom Jobim, do Rio de Janeiro, após a visita de uma semana que o papa fez à cidade no final de julho para participar da Jornada Mundial da Juventude.

No final do programa de propaganda política de dez minutos, a imagem do Papa aparece durante alguns segundos enquanto escuta o discurso de Temer, um dos principais líderes do PMDB, e quando ambos se abraçaram para se despedir. Apesar das efêmeras aparições no programa do PMDB, Francisco teve mais tempo do que a maioria dos líderes do partido, vários com altos índices de rejeição, especialmente após as manifestações de junho.

Com exceção de Temer, a propaganda exibiu apenas breves imagens de três dos líderes do partido. Ao contrário da maioria das propagandas eleitorais, os pronunciamentos e os discursos dos políticos foram substituídos por mensagens de atores elogiando a importância que o PMDB teve no processo de redemocratização do país após a ditadura militar.

Os atores também destacaram alguns dos projetos de lei defendidos pelo partido em resposta às manifestações de junho, como o que garante gratuidade aos estudantes no transporte público e o que suspende as votações secretas no Congresso. A corrupção e a falta de representatividade dos partidos políticos são apontadas como algumas das causas dos protestos que mobilizaram milhões de brasileiros há dois meses.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

 

EFE   
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