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Política

Petistas ressaltam princípios 'inflexíveis de Gushiken' em evento em SP

Presidente Lula participou do Encontro da Região Metropolitana do partido em São Paulo neste sábado

14 set 2013 - 11h55
(atualizado às 12h30)
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<p>Ex-presidente Lula e ministro Alexandre Padilha participaram do Encontro da Região Metropolitana do PT estadual de São Paulo neste sábado</p>
Ex-presidente Lula e ministro Alexandre Padilha participaram do Encontro da Região Metropolitana do PT estadual de São Paulo neste sábado
Foto: Bruno Santos / Terra

Lideranças nacionais do PT homenagearam o ex-ministro Luiz Gushiken durante o Encontro da Região Metropolitana do partido em São Paulo neste sábado. O ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) no governo Lula tinha 63 anos e morreu na noite de sexta-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O evento, que conta com a presença do ex-presidente Lula, encerra a agenda das Caravanas 2013, atividades que percorreram o Estado para discutir a organização partidária e conjuntura política do PT paulista. 

"Gushiken era um homem de dignidade e retidão, de sabedoria inigualável e princípios inflexíveis", disse Rui Falcão, presidente nacional do PT, que classificou a homenagem como uma "tarefa difícil" durante discurso na Quadra dos Bancários. Ele citou a carta ao Lula deixada por Gushiken quando deixou a Secretaria de Comunicação Social em 2005, em meio a denúncias de tráfico de influência em contratos que supostamente beneficiaram a Globalprev, de sua propriedade. "É um documento histórico de desprezo ao poder por qualquer custo. Gushiken dizia que basta uma acusação para ser condenado sem julgamento. Num gesto de amor ao nosso partido, escolheu nos deixar justamente em um dia 13, e um número que ajudou a forjar com dedicação", completou. 

Para o presidente estadual do PT em São Paulo, Edison Silva, é um dia de dor para todos do PT. "Hoje, a nossa dor aumenta porque ontem, dia 13, nos deixou o companheiro Luiz Gushiken. Quis o Deus da nossa história que estivéssemos com a militância reunida na quadra dos bancários (sindicato que Gushiken foi presidente)", considerou. Em seguida, ele pediu um minuto de silêncio.  

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad classificou o ex-ministro como um "militante nota 10, pessoa generosa e muito disposta". "Vamos lembrar do que eu acho que ele esperaria de nós em um momento como esse. Temos uma tarefa grande pela frente na região metropolitana e lembrar que nós governamos 16 dos 20 milhões da região metropolitana de São Paulo. Precisamos melhorar a vida das pessoas", afirmou. 

Sentado ao lado do ex-presidente Lula, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou não só da morte de Gushiken, mas também da morte do petista Carlos Ramiro de Castro, conhecido como Carlão, ocorrida na madrugada de quinta-feira. "O céu ganhou duas novas estrelas: o Carlão, do Sindicato dos Professores, e o Gushiken, do sindicato dos Bancários", colocou. "O companheiro Gushiken, nos momentos mais difíceis, seja na história dos bancários, ou do PT, nunca se curvou aos ataques ao nosso projeto. Ele fazia o bom combate. Temos de ter cabeça erguida para enfrentar todos os combates", completou. 

Enterro será neste sábado

O corpo do ex-ministro Luiz Gushiken será enterrado às 16h deste sábado no cemitério do Redentor, no Sumaré, zona oeste de São Paulo. Ele está sendo velado no mesmo local desde o início da manhã. O ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) no governo Lula tinha 63 anos e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Segundo a instituição, a causa da morte foi falência de múltiplos órgãos, ocasionada por um sangramento e obstrução intestinal. Gushiken foi internado no início de agosto, primeiramente no Hospital Nove de Julho. Ele era tratado há 12 anos de um câncer de estômago.

O ex-presidente Lula e as principais lideranças do partido deverão comparecer ao velório no início da tarde, após participarem do evento. A presidente Dilma Rousseff deve ir ao cemitério do Redentor por volta das 14h30.

Morre Luiz Gushiken, ex-ministro e um dos fundadores do PT:
Luiz Gushiken

Nascido na cidade de Osvaldo Cruz (SP) no dia 8 de maio de 1950, Luiz Gushiken cursou administração pela Fundação Getulio Vargas entre 1973 e 1979. Escriturário do antigo Banco do Estado de São Paulo (Banespa), onde chegou a assumir o cargo de diretor, presidiu o Sindicado dos Bancários do Estado entre 1985 e 1987.

Além de participar da criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gushiken foi um dos fundadores do PT em 1980. Deputado federal constituinte por São Paulo, presidiu o partido no final da década de 1980. Durante a Assembleia Nacional Constituinte, foi membro titular de uma subcomissão na Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças. Atuou como deputado durante três mandatos consecutivos até 1999.

Ex-ministro foi investigado 

Após participar das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e em 1998, Gushiken assumiu a chefia da Secretaria de Comunicação Social no primeiro mandato do então presidente. Deixou o cargo e o status de ministro em 2005, em meio a denúncias de tráfico de influência em contratos que supostamente beneficiaram a Globalprev, de sua propriedade.

Gushiken permaneceu no governo como chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência até novembro de 2006, após a reeleição de Lula, quando pediu exoneração do cargo. Na época, vieram à tona as denúncias do mensalão.

Acusado pelo Ministério Público de crime de peculato, Luiz Gushiken foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A alegação, na época, era que o ex-ministro tinha conhecimento do repasse irregular de R$ 73,8 milhões pelo Banco do Brasil à agência DNA Propaganda, de Marcos Valério. Em 2011, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu a absolvição de Gushiken por falta de provas.

Durante o julgamento, o ministro do STF Ricardo Lewandowski disse que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que acusou Gushiken, em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios em 2003, retirou a imputação quando ouvido em juízo durante o processo. Em maio deste ano, a absolvição de Gushiken foi oficializada pelo Supremo.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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