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Política

Olavo critica Bolsonaro e diz que pode "derrubar governo"

Escritor considerado 'guru' do bolsonarismo questiona presidente sobre sua suposta "obediência" aos militares, diz que pode derrubar o governo, mas depois assegura apoio

7 jun 2020 - 11h47
(atualizado às 12h26)
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Olavo de Carvalho, escritor 
Olavo de Carvalho, escritor
Foto: Reprodução/Brasil Sem Medo / Estadão Conteúdo

O escritor Olavo de Carvalho, até então guru de Jair Bolsonaro em sua campanha à presidência, fez uma ameaça ao que parece ser seu atual desafeto: "Se as pessoas não conseguem derrubar o seu governo, eu derrubo. Continue inativo, continue covarde, eu derrubo essa m... desse seu governo".

O astrólogo e professor fez um desabafo em um vídeo gravado na sábado, 6, intitulado "adendo à aula 521", reclamando que não tem apoio do presidente contra os processos judiciais contra sua pessoa e que o "gabinete do ódio" existe. "O gabinete do ódio foi inventado contra mim, não contra o Bolsonaro. Se você não é capaz de me defender dessa gente toda, você não foi meu amigo. Só tira proveito."

Com uma série de xingamentos, o ex-guru de Bolsonaro diz que dele não aceitaria condecoração e que o presidente está sendo aconselhado por generais covardes ou vendidos - "se eles são covardes ou vendidos, eu não sei o que é pior. Os militares obedecem você ou é você que obedece a eles?".

Nas publicações, Olavo ainda reclama que Bolsonaro não coloca seus assessores para defendê-lo de processos e multas que estaria respondendo na Justiça, sem dar detalhes sobre os casos. E provoca sobre a relação dele com os militares que o apoiam.

"Presidente, se você não tem apoio suficiente dos generais para desarmar o inimigo comunista, pare de insuflar no povo falsas esperanças baseadas numa visão ilusória da grandeza militar. Diga logo a verdade: só contem com as Forças Armadas para servicinhos menores. Para o grande combate, nunca", diz uma das mensagens.

O escritor também sugere que Bolsonaro é 'fraco'. "O que é que o Bolsonaro, na presidência, fez contra o avanço do comunismo? NADA. Nem tocou muito no assunto. Virou "pragmático", e quanto mais pragmático virou, mais foi acusado de fascista e ditador. A fraqueza atrai a agressividade". Mas depois afirma que ainda há tempo para o presidente parar de seguir maus conselhos e corrigir o rumo da sua política. "Primeiro ponto: Um governante não faz nem aceita polêmica. Fala pouco e age muito. Por exemplo, a porra da Globo já deveria estar fechada. Sem uma só palavra ofensiva", aconselha.

Apesar das críticas, Olavo de Carvalho diz em seguida que continua ao lado do presidente. "Ainda estou do lado do Bolsonaro. Lutarei por ele com todas as minhas armas. Mas ele que não espere mais de mim palavras doces que só podem ajudá-lo a errar."

Estadão
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