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Política

O que se sabe sobre a delação de Mauro Cid até o momento

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse à PF que ex-presidente se reuniu com comandantes das Forças Armadas para discutir golpe de Estado

22 set 2023 - 11h39
(atualizado às 11h56)
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O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, enquanto era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro; hoje Cid está preso por suspeita de falsificação de cartões de vacinas e é investigado por golpe de estado e venda de joias da Presidência.
O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, enquanto era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro; hoje Cid está preso por suspeita de falsificação de cartões de vacinas e é investigado por golpe de estado e venda de joias da Presidência.
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, revelou à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente teria se reunido com comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica após o resultado das eleições de 2022 para discutir detalhes de um suposto plano golpista. 

As informações foram divulgadas pelo blog da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo. De acordo com informações do blog, Cid forneceu detalhes sobre duas situações distintas. Em uma delas, mencionou que Bolsonaro teria recebido em mãos uma minuta golpista. Em outro momento, descreveu uma reunião com as lideranças militares.

Saiba o que foi revelado até o momento sobre o teor da delação premiada de Cid, que depôs por mais de 24 horas às autoridades da Polícia Federal.

Bolsonaro recebeu uma minuta golpista

Segundo Cid, Bolsonaro recebeu pessoalmente uma minuta contendo um rascunho de um documento com um plano golpista. Os investigadores da Polícia Federal estão conduzindo investigações para determinar se este documento é o mesmo que foi descoberto durante uma busca e apreensão na residência do ex-ministro Anderson Torres.

A "minuta do golpe" refere-se a uma proposta de decreto que, segundo Cid, teria sido elaborada para que Bolsonaro instaurasse estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquanto ainda ocupava a presidência.

O estado de defesa, conforme estabelecido no artigo 136 da Constituição Federal, permite ao presidente intervir em "locais restritos e determinados" com o objetivo de "preservar ou prontamente restabelecer a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza".

O texto, segundo informações, tinha como finalidade reverter o resultado da eleição presidencial de 2022, na qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente.

Reunião entre Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas

Após receber a minuta com teor golpista, Cid alega que Jair Bolsonaro convocou uma reunião com a cúpula das Forças Armadas.

Na reunião, comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica teriam sido consultados sobre a possibilidade de uma intervenção militar para que o então presidente não deixasse o cargo mesmo após ter perdido as eleições.

Comandante da Marinha teria aceitado golpe de Estado

Conforme as afirmações de Cid, o comandante da Marinha,almirante da reserva Almir Garnier Santos, teria aderido à proposta de golpe de Estado, afirmando que suas tropas estavam preparadas para agir, aguardando apenas as ordens de Bolsonaro. 

No entanto, o comando do Exército teria rejeitado o plano e recusado-se a tomar medidas.

O que dizem as defesas ? 

Por meio de nota, a defesa de Mauro Cid afirmou que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa razão não confirma seu conteúdo”.

Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) divulgaram um comunicado enfatizando que o ex-presidente "jamais compactuou" qualquer ação golpista. 

Eles afirmam também que Bolsonaro, "durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”.

A defesa ainda alega que Bolsonaro “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito”.

Marinha se posiciona

Por meio de nota, a Marinha disse que “não teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Mauro Cid” e que “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

Em outro trecho, a Marinha enfatizou que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”.

Por fim, a Força reiterou que “eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”.

Fonte: Redação Terra
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