O que disseram os réus dos núcleos 2 e 4 da trama golpista em depoimento ao STF
Réus depuseram em sessões virtuais do STF nesta quinta; veja o que disseram os acusados
Réus dos núcleos 2 e 4 da trama golpista negaram acusações em interrogatórios no STF; Marília Alencar refutou uso eleitoral de projeto de BI, enquanto Silvinei Vasques negou ordens de blitzes pró-Lula.
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta quinta-feira, 24, os interrogatórios dos réus dos núcleos 2 e 4 da trama golpista. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022 foi fatiada em núcleos. Ao todo, 13 réus foram interrogados. As sessões permitem questionamentos do juiz, da acusação e das defesas.
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Marília Alencar nega propósito eleitoral em projeto de BI
Segundo a acusação, a delegada da PF Marília Alencar, que era diretora de inteligência do Ministério da Justiça, realizou um projeto em Business Intelligence (BI), uma linguagem de programação, para identificar as regiões com maior incidência de votos em Lula, adversário de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. De acordo com a PGR, o relatório seria utilizado para intensificar o policiamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em regiões mais favoráveis ao petista.
Marília confirmou ter demandando o projeto de BI, negando que o relatório tivesse propósitos eleitorais. "Pedi (o painel de dados) de todos os municípios, não só do Nordeste, e para todos os candidatos", disse. "Eu nunca pensei em usar esse BI (acrônimo de business inteligence, o painel) para a PRF ou para qualquer que fosse", afirmou a ex-diretora.
Silvinei Vasques nega ordem de blitzes em regiões pró-Lula
Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques negou ter ordenado blitzes em regiões mais favoráveis a Lula no dia do segundo turno das eleições de 2022.
"Não participei de organização. Fui cuidar da minha vida. Não sei de documento, não participei de nada", disse o ex-diretor da PRF sobre a acusação de tentativa de golpe.
"Senta o pau no Baptista Júnior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feitas e ele fechado nas mordomias. Negociando favores. Traidor da pátria. Daí pra frente. Inferniza a vida dele e da família (…) Elogia o Garnier e fode o BJ", teria dito Braga Netto, conforme mensagens interceptadas pela Polícia Federal.
Para Barros, o pedido de Braga Netto era uma "choradeira de perdedor de campanha". "Eu estava entendendo aqui como um desabafo e não tive conduta. Não ataquei general nenhum. Não respondo a essas mensagens", disse o ex-major.