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Política

Mourão é criticado por descumprir acordo em projeto sobre ajuda ao Rio Grande do Sul; entenda

No X (antigo Twitter), um pedido cassação do senador está entre os assuntos mais comentados de política; na quarta-feira, 15, Hamilton Mourão apresentou emenda ao projeto para suspensão da dívida do Estado, o que atrasaria a aprovação do texto

17 mai 2024 - 17h08
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BRASÍLIA - O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) virou alvo de críticas nas redes sociais por ter descumprido um acordo para acelerar a tramitação do projeto de suspensão do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União por três anos. Nesta sexta-feira, 17, um pedido de cassação do parlamentar está entre os assuntos mais comentados de política pelos usuários do X (antigo Twitter). O Estadão procurou Mourão, mas não obteve retorno.

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão / Estadão

Na quarta-feira, 15, o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma emenda ao projeto. Em vez de suspensão, o senador defendia a anistia das dívidas do Estado com a União. Caso o destaque fosse aprovado, a proposta teria que voltar para a Câmara dos Deputados, postergando a aprovação e, consequentemente, a sanção do texto.

Após a apresentação da emenda, o senador Paulo Paim (PT), que também é gaúcho, fez um apelo a Mourão, pedindo que ele retirasse o destaque ao projeto. Segundo Paim, a proposta original foi construída a partir de um acordo feito pelo governo federal, pelo governo do Rio Grande do Sul, pelo Congresso Nacional e pela Assembleia Legislativa do Estado.

"Eu apelo aqui para a sensibilidade do senador Mourão. Esse é um projeto para o nosso povo, para a nossa gente. Não é um projeto do Lula, não é do Eduardo Leite. É um projeto que foi construído a muitas mãos. Eu queria fazer um apelo a Vossa Excelência, que retirasse esse destaque", afirmou Paulo Paim.

Mourão explicou que a emenda dele buscou "fortalecer a federação". Segundo o senador, a anistia da dívida evitaria que o governo federal tivesse que, em outras ocasiões, aplicar novos investimentos para a mitigação de calamidades climáticas.

"A anistia, por três anos, da dívida do Rio Grande do Sul fortalece a federação, porque o governo federal entrega esse dinheiro na mão do Estado e diz assim: 'Estado do Rio Grande do Sul, faça o que tem que fazer', e não esperar para, depois, novamente, o governo ter que colocar dinheiro", afirmou o ex-vice-presidente da República.

A emenda de Mourão foi votada em separado e foi rejeitada pelos senadores com 33 votos contrários e 30 favoráveis. O projeto original foi avalizado pelos senadores por unanimidade, com o apoio de todos os 61 presentes.

Dois dias após o término da sessão, a hashtag #MourãoCassado entrou no trending topics do X. Entre os comentários, há afirmações de que o senador, mesmo representando o Rio Grande do Sul, tentou boicotar a suspensão da dívida para prejudicar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A suspensão da dívida do Rio Grande do Sul foi sancionada por Lula nesta sexta-feira, 17. O valor adiado, que foi estimado pelo Planalto em R$ 11 bilhões, vai ser utilizado para investimentos em ações de enfrentamento e mitigação de danos causados pela tragédia climática no Estado.

As enchentes já deixaram ao menos 154 mortos e 98 desaparecidos até a manhã desta quarta. Em todo o território gaúcho, há cerca de 540 mil desalojados e 78 mil pessoas em abrigos públicos. Segundo a Defesa Civil estadual, 461 dos 497 municípios foram afetados pelos temporais.

Estadão
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