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Política

Ministro vê "colapso" da Previdência com nova regra

Dilma precisa sancionar ou vetar alternativa ao fator previdenciário até quarta-feira, mas ainda não tomou uma decisão

15 jun 2015 - 18h57
(atualizado às 19h14)
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Sem anunciar se a presidente Dilma Rousseff pretende vetar ou não a alternativa ao fator previdenciário, o ministro da Previdência, Carlos Gabas, detalhou nesta segunda-feira um cenário de colapso com a adoção da nova fórmula aprovada pelo Congresso e prometeu apresentar uma proposta até quarta. As centrais sindicais pressionam para o Palácio do Planalto sancionar a mudança.

“Não existe nenhuma decisão sobre veto ou sanção" disse Carlos Gabas sobre opção de Dilma
“Não existe nenhuma decisão sobre veto ou sanção" disse Carlos Gabas sobre opção de Dilma
Foto: Agência Câmara

Dilma tem até a próxima quarta-feira para sancionar ou vetar a medida provisória 664, na qual foi incluída a fórmula 85/95, uma alternativa ao fator previdenciário a agrada sindicalistas. Nela, o tempo de contribuição e idade tem de somar 85 para mulheres e 95 para homens.

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Gabas recebeu representantes de sete centrais sindicais, mas não apresentou uma alternativa. O governo quer que a discussão para uma nova fórmula seja feita num fórum composto por trabalhadores, empresários, parlamentares e integrantes do Executivo, previsto para iniciar no próximo dia 27. Mas promete negociar até quarta-feira, quando deve ser anunciada a sanção ou o veto da MP. 

"Em dois dias ainda dá para fazer muita coisa", afirmou. “Não existe nenhuma decisão sobre veto ou sanção. A construção definitiva terá que ser feita no fórum. Precisamos encontrar uma solução. O diálogo não acabou agora”, disse.

Os sindicalistas querem a sanção da nova regra para iniciar as discussões. Mesmo negando qualquer definição por parte do Planalto, Gabas discordou da sugestão. “Uma coisa é você discutir uma coisa no fórum no sistema preservado. Outra coisa é discutir com um sistema entrando em colapso”, disse.

Segundo Gabas, o gasto da Previdência com a nova fórmula poderia aumentar em R$ 135 bilhões até 2030. Se a regra 85/95 for fixa, sem progredir de acordo com o aumento da expectativa de vida, o gasto estimado até 2060 pode chegar a R$ 3,22 trilhões.

“Isso é uma questão de Estado, não é uma questão de governo. Uma questão que diz respeito à sociedade”, disse o ministro, após uma apresentação de slides com dados da Previdência.

Para os sindicatos, a sanção da alternativa ao fator previdenciário seria fundamental depois que o governo alterou benefícios trabalhistas, como o seguro desemprego e a pensão por morte. “Durante esse ano de perda de direitos, no seguro desemprego, na pensão, a única coisa positiva que nós temos é o 85/95”, disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

Amanhã, os sindicalistas farão uma vigília no Palácio do Planalto para cobrar a sanção da nova fórmula de aposentadorias. Eles saíram com a impressão de que Dilma vetará a mudança, mas acreditam que o Congresso Nacional deve derrubar a decisão da presidente. 

Fonte: Terra
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