Mauro Cid não foi coagido pela PF, diz defesa durante julgamento no STF
Defesa de Mauro Cid fala sobre o acordo da delação premiada, que estaria tendo sua validade questionada
A defesa de Mauro Cid afirma que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) não foi coagido pela Polícia Federal em torno de sua colaboração premiada. A declaração foi dada nesta terça-feira, 2, durante o julgamento do caso da trama golpista no qual o ex-presidente é réu -- junto a outros sete aliados, incluindo Mauro Cid.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Jair Alves Pereira, que representa a defesa de Mauro Cid, foi o primeiro advogado a dar suas sustentações orais na segunda sessão do julgamento, que começou por volta de 14 horas desta terça.
Ele iniciou sua fala enfatizando a questão da validade do acordo firmado entre Cid e a Polícia Federal, desmentido o debate em torno de uma suposta coação feita pela Polícia Federal e pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, contra Mauro Cid.
A defesa explica os áudios vazados, em que Mauro Cid aparece falando que a polícia "tinha uma tese" e que ele tinha sua versão. "Isso não é coação", afirma Pereira. Como explica, o delegado questionar a versão apresentada por quem está interrogando faz parte do processo -- assim como é direito de Cid reclamar disso. Mas que, no fim, vou a versão de seu cliente que prevaleceu.
Além disso, ele reforça que Mauro Cid nunca foi interrogado sem a presença de sua defesa. "Se isso não é respeito ao devido processo legal, eu acho que estudei mal".
Mais sobre o julgamento
O julgamento que teve início nesta terça-feira gira em torno da Ação Penal 2668, que tem o ex-presidente e outros sete aliados como réus. Eles são investigados por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, dano ao patrimônio público e outros crimes -- sendo Bolsonaro apontado como o líder e principal beneficiário da trama golpista.
No total, serão 8 sessões, sendo duas nesta terça-feira. A primeira foi de 9h às 12h, sendo aberta pelo ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado. Depois, o relator Alexandre de Moraes leu o relatório do caso e o procurador-geral Paulo Gonet reforçou as acusações por uma hora.
Agora, a partir de 14h, as defesas dos réus começaram a apresentar suas sustentações orais. Os advogados dos réus terão uma hora para fazerem suas defesas -- e, hoje, seguirão até 19h. Até a publicação desta matéria, só a defesa de Mauro Cid falou.
Só após todos os advogados se pronunciarem os ministros da Primeira Turma do Supremo apresentarão seus votos -- começando com Moraes e seguindo a ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
É possível acompanhar a transmissão pelos canais oficiais do STF -- TV Justiça, Rádio Justiça, aplicativo Justiça+ e o canal do Supremo no YouTube. O portal Terra também transmite as sessões, assim como publica detalhes do julgamento e de seus bastidores.
Confira as datas e horários das demais sessões:
- 3 de setembro (quarta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h;
- 9 de setembro (terça-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h e sessão ordinária das 14h às 19h;
- 10 de setembro (quarta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h;
- 12 de setembro (sexta-feira): sessão extraordinária das 9h às 12h e das 14h às 19h.
