Advogado de Mauro Cid brinca com críticas a Moraes: 'O senhor deve estar acostumado'
Jair Alves Pereira fez menção à reportagem que questionava delação de Cid e validade do depoimento no STF
O advogado Jair Alves Pereira, que defende o tenente-coronel Mauro Cid no julgamento da tentativa de golpe de Estado, brincou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, durante a sustentação oral das defesas nesta terça-feira, 2. O jurista afirmou que o ministro está acostumado a ser criticado publicamente após mencionar uma reportagem que revela áudios sobre os depoimentos de seu cliente.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
“Esses mesmos áudios vazados na Veja falam mal de Vossa Excelência, ministro Alexandre de Moraes. Vossa Excelência deve estar acostumada com isso”, afirmou o advogado, que arrancou risos do público que acompanha a segunda parte do primeiro dia do julgamento na 1ª Turma do STF. "Mas, em nenhum momento, esse áudio vaza qualquer coisa sobre a colaboração premiada", completou ele.
O jurista fez menção à reportagem da revista Veja, veiculada em 2024, que revela áudios em que Cid ataca Moraes e a Polícia Federal (PF). "Se o ministro Alexandre de Moraes tivesse declarado minha prisão, também teria reclamado dele e isso não sairia no jornal", afirmou, destacando que os áudios vazados em "nenhum momento" tratam do teor da delação premiada do militar.
A defesa de Cid espera que os advogados dos demais réus ataquem a delação premiada do militar, na tentativa de derrubar as alegações contra Bolsonaro e aliados. Em resposta, Pereira destacou que a validade da delação de Cid foi reiterada em "mais de uma oportunidade".
Uma eventual anulação da delação premiada prejudicaria Cid, que corre risco de perder os benefícios firmados em acordo com a PF. Mas a PGR sustenta que a delação foi apenas um ponto de partida para as provas e, por isso, o processo no Supremo não seria encerrado. Há suspeitas de que ele teria utilizado um perfil falso no Instagram para manter contato com a defesa de outro réu, o que configuraria um descumprimento das medidas cautelares.
-vbhenukdqdrk.jpg)
