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Política

Em debate na Câmara, Malafaia inflama deputados evangélicos

Pastor evangélico participou de debate com ativista do movimento LGBT em comissão repleta de deputados religiosos

25 jun 2015 - 19h53
(atualizado às 20h35)
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Em uma audiência na Câmara dos Deputados repleta de integrantes das bancadas evangélica e católica, o pastor Silas Malafaia defendeu nesta quinta-feira (25) que o Congresso “não pode ficar de joelhos” para decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e precisa legislar. Durante quatro horas, o religioso debateu com o ativista LGBT Toni Reis e defendeu que a família é aquela formada por homem e mulher.

O pastor Silas Malafaia (esquerda) durante debate com o  ativista Toni Reis
O pastor Silas Malafaia (esquerda) durante debate com o ativista Toni Reis
Foto: Agência PT

Malafaia e Reis foram à Câmara dos Deputados para participar da comissão especial do estatuto da família, que veda a adoção de crianças por casais homoafetivos. Durante toda a sessão, o pastor foi ovacionado por apoiadores na plateia ao pronunciar frases de efeito.

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“O Parlamento não pode ficar de joelhos. Lei é com vocês. Essa conversa de que o Congresso demorou dez anos (para votar uma lei) não é da conta do Supremo”, disse Malafaia, ao criticar uma iniciativa do PPS no STF em busca de uma decisão sobre o conceito de homofobia. 

O ativista Toni Reis usou recentes decisões do STF para defender os direitos civis dos homossexuais. A Corte liberou a união estável de pessoas do mesmo sexo em 2011. Reis e seu marido, David Harrad, também obtiveram o direito à adoção de uma criança por decisão da ministra Cármen Lúcia, em março deste ano.

“Não queremos ser torturados por esse Congresso Nacional, por essa Câmara, queremos ser respeitados”, disse. “O artigo 2 do projeto do estatuto da família é excludente, discriminatório e inconstitucional. Permanecendo como está, o projeto será homofóbico, patriarcal, machista e natimorto”, defendeu.

Para Malafaia, o estatuto da família apenas expressa o que diz no artigo 226 da Constituição Federal, que fala no casamento entre homem e mulher. O pastor desafiou o movimento LGBT e os deputados Jean Wyllys (Psol-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), que militam em defesa dos direitos dos homossexuais, a propor a alteração do texto.

“Eu estou desafiando o ativismo gay aqui colocar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para derrubar isso. Aí sim eu vou ter que me submeter, eu não sou contra a lei. É o parlamento que decide”, disse.

Participações

Durante quatro horas de sessão, parlamentares das bancadas evangélicas e católica defenderam a formação da família tradicional, composta por homem e mulher. “A família começa com o encontro de um pênis com uma vagina”, disse o deputado Flavinho (PSB-SP).

“Qualquer relação que não gera frutos não é saudável”, opinou Gilberto Nascimento (PSC-SP). “O que me preocupa é a adoção de crianças do mesmo sexo. Ela não pode decidir por si. Essa criança não foi perguntada: ‘você quer viver com um pai ou com uma mãe ou com dois homens ou duas mulheres?’”.

Ovacionado como “presidente” pela plateia, Jair Bolsonaro (PP-RJ) perguntou, rindo, qual banheiro o convidado do movimento gay usava para fazer xixi. “Nós não temos cloaca. Quando vossa excelência vai fazer xixi, usa o banheiro dos homens ou o das mulheres. Eu sei que vai no dos homens, não tenho dúvida disso”.

Na sua fala séria, o deputado criticou políticas de identidade de gênero e falou no “estímulo escancarado do movimento LGBT para a pedofilia”. Única parlamentar a falar em defesa do movimento gay, Erika Kokay reagiu: “tentar associar a comunidade LGBT a doenças, traumas ou a pedofilia significa construir uma agressão homofóbica.” 

Críticas ao movimento LGBT

Durante quatro horas de sessão, parlamentares das bancadas evangélicas e católica, além do pastor Silas Malafaia, elogiaram o ativista Toni Reis, mas cobraram dele respeito e tolerância dos homossexuais aos religiosos.

“Nós não rotulamos eles de nada, eles nos rotulam, de homofóbico, fundamentalista. Nós somos os equilibrados. Eles são os desequilibrados sociais”, disse o pastor em suas conclusões. "Opinião não é homofobia", afirmou

Toni Reis defendeu o protesto da transexual “crucificada” na Parada Gay de São Paulo, mas condenou a generalização. “Ela simplesmente representou a vida e o sofrimento de milhares de lésbicas, gays e de travestis nesse País”, disse.

Fonte: Terra
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