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Política

Lula vai defender que 2024 será o ano de 'colher o que foi plantado' em discurso de Natal

Presidente também pregará união no País, apesar dos discursos recentes em que insistiu na polarização, e destacará a situação da economia brasileira do primeiro ano de mandato

23 dez 2023 - 14h29
(atualizado às 15h32)
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O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Em discurso preparado para a noite de Natal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citará a resposta da democracia brasileira aos ataques golpistas de 8 de janeiro, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos por extremistas, apurou o Estadão/Broadcast. Segundo auxiliares do petista no Palácio do Planalto, ele também destacará avanços da economia neste primeiro ano de mandato e pregará união no País, apesar dos discursos recentes em que insistiu na polarização.

O presidente fará um balanço de 2023 e dirá que há perspectivas positivas pela frente. A ideia é passar a mensagem de que 2024 será o ano de "colher o que foi plantado". Lula destacará a volta de programas sociais que marcaram seus governos anteriores, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. O pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV irá ao ar neste domingo, 24, véspera de Natal, por volta das 20h30 da noite.

A menção ao 8 de janeiro faz parte de um esforço de Lula para que a invasão do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) não seja esquecida. Na ocasião, extremistas defenderam um golpe militar no País para destituir o petista, que havia tomado posse uma semana antes, após vencer o ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022.

Lula quer grande ato simbólico em 8 de janeiro

Em 8 de janeiro de 2024, quando completará um ano dos ataques golpistas, Lula quer fazer um grande evento simbólico no Congresso, com a presença das principais autoridades da República. "Fui devidamente intimado pelo presidente da República. Ele me falou 'Pacheco, estou pensando em fazer um evento do 8 de janeiro. Passou um ano, precisamos não deixar esquecer isso'", contou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira, 22.

Pacheco respondeu inicialmente a Lula que concordava com a ideia, mas não estaria em Brasília no dia 8 de janeiro porque faria uma viagem com seu irmão. "Ele (Lula) não gostou. Passou um tempo, o Flávio Dino me ligou", relatou o presidente do Senado. O ministro da Justiça e Segurança Pública, agora aprovado para o STF, telefonou para combinar com o senador a organização do evento.

Pacheco, então, disse a Dino que organizaria o ato, mas voltou a afirmar que não poderia estar presente. Depois disso, Lula ligou para o presidente do Senado e insistiu para que ele fosse a Brasília no 8 de janeiro de 2024. "Pacheco, liga lá para o seu irmão e fala que você vai no dia 9?, propôs o petista ao senador. O presidente do Senado, então, concordou em participar do evento.

O parlamentar disse que Lula voltou ao assunto durante a posse do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e em outras ocasiões e que cobrou também a presença do presidente do STF, Luís Roberto Barroso. "Na promulgação (da reforma tributária), ele (Lula) olhou para mim e falou 'você vai estar aí no dia 8, né?'", relatou Pacheco.

Campanha do Governo Lula exalta união do povo e reconstrução de laços

O apelo por união que Lula fará em seu discurso na noite da véspera de Natal está alinhado a uma campanha recente lançada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), em rede nacional, com o slogan "O Brasil é um só povo". O objetivo foi transmitir mensagens de "paz" e "reconstrução de laços", além de reforçar relações familiares e de amizade.

A divulgação do material publicitário pelo Palácio do Planalto, contudo, ocorreu após integrantes do PT, incluindo o próprio Lula, defenderem em conferência eleitoral do partido que o tom da disputa de 2024 nos municípios será de polarização com o bolsonarismo. Lula mantém ataques ao seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e seus aliados, incentivando a polarização.

"Desde o início do ano, o governo federal tem trabalhado com a mensagem de união e de reconstrução do País, e esta campanha é parte desse trabalho", disse a Secom, em nota sobre o lançamento da campanha na TV.

De acordo com o governo, o objetivo da campanha também foi passar mensagens de combate ao "negacionismo" e à "intolerância". "As peças valorizam conceitos como família e cidadania e sentimentos como solidariedade e amizade", afirmou a Secom, comandada pelo ministro Paulo Pimenta.

Na abertura da Conferência Eleitoral do PT no último dia 8, por outro lado, Lula disse que a disputa municipal de 2024 será polarizada. "Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios", afirmou o presidente.

"Nós sabemos que (vocês) não podem aceitar provocações, não podem ficar com medo, não podem enfiar o rabo no meio das pernas. Quando um cachorro late para a gente, a gente late também", emendou.

Estadão
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