Lindbergh propõe criminalização de “alta traição” com foco em ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Proposta prevê até 40 anos de prisão para quem colaborar com governos estrangeiros contra instituições brasileiras
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) divulgou que irá apresentar um projeto de lei que busca criminalizar com severidade atos considerados como de "alta traição à pátria".
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A proposta, segundo o parlamentar, foi inspirada diretamente nas ações recentes do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, atua nos Estados Unidos para articular, junto a congressistas e setores da sociedade americana, sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e medidas para desestabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o parlamentar, a proposta foi inspirada diretamente nas recentes ações do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem atuado nos Estados Unidos para articular, junto a congressistas e setores da sociedade americana, sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e medidas para desestabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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A proposta prevê penas rígidas: reclusão de 20 a 40 anos, além da perda de mandatos, patentes militares, cargos públicos ou eletivos para os envolvidos. O foco é punir quem colaborar com governos estrangeiros em prejuízo direto ao país, seja de forma pública ou sigilosa.
O dispositivo central do projeto visa alcançar quem "solicitar, estimular ou apoiar, de forma pública ou reservada, a adoção de sanções econômicas, diplomáticas, militares ou políticas contra o Brasil, por governo ou entidade estrangeira, com o intuito de pressionar, punir ou desestabilizar autoridades, instituições ou políticas públicas nacionais".
Segundo Lindbergh, a legislação brasileira possui uma lacuna nesse tipo de crime, hoje mal definido ou limitado ao escopo militar.
"Percebemos que tem um vácuo sobre esse tipo penal, de traição nacional, e fizemos uma tipificação específica em cima das ações do Eduardo. A inspiração foi exatamente esse momento, que percebemos que não tinha a tipificação no Código Penal. O que a gente gente achou mais próximo foi um artigo do código penal militar que pode ser usado para civil. Inclusive, eu e o senador Randolfe Rodrigues entramos com um pedido de prisão preventiva em cima dele, que fala de forma mais clara", disse o deputado.
A construção da proposta utilizou como referência a legislação britânica e outras normas similares aplicadas em países da Europa e nos Estados Unidos, que já criminalizam atos de colaboração com potências estrangeiras contra o interesse nacional.
Além de Eduardo Bolsonaro, Lindbergh mira outros nomes, como o economista e comentarista Paulo Figueiredo Filho — neto do ex-presidente militar João Figueiredo —, que estaria colaborando ativamente nas mesmas articulações em território norte-americano. Atualmente, Paulo Figueiredo Filho é considerado foragido pela Justiça brasileira.
Essa nova ofensiva não é a primeira investida de Lindbergh contra o deputado licenciado. No fim de julho, ele protocolou um pedido para a suspensão do mandato de Eduardo e o bloqueio de sua remuneração parlamentar, encaminhado ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Em março, Lindbergh também requereu à Justiça a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro — pedido que foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, após parecer contrário da Procuradoria-Geral da República.
Eduardo Bolsonaro, que anunciou licença do mandato em março, está atualmente morando nos Estados Unidos. Durante sua estadia no país, o deputado admitiu ter mantido reuniões com políticos e instituições norte-americanas com o objetivo de pressionar o governo brasileiro e autoridades como Moraes.
Ele chegou a solicitar ao ex-presidente Donald Trump que o ministro do STF fosse incluído na chamada Lei Magnitsky — uma norma americana que permite sanções contra indivíduos acusados de violar direitos humanos ou de se envolver em corrupção.