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Política

Governo Cabral teria gasto 240% a mais com propaganda após protestos

Em nota, a assessoria do governo do Rio de Janeiro, negou que houve aumento de gastos

24 ago 2013 - 08h05
(atualizado às 13h10)
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Com R$ 27,9 milhões empenhados em publicidade no mês de julho deste ano, o governo de Sérgio Cabral (PMDB) gastou 240% além da média dos seis meses anteriores para o mesmo fim, conforme um levantamento publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo neste sábado. No mês seguinte aos protestos de junho, que causaram queda generalizada na popularidade de Cabral e outros governantes, a administração do Rio mais que dobrou a divulgação de suas ações. Até o fim de julho, os empenhos apenas para propaganda somavam R$ 76,8 milhões.

Desde 2007, o governo de Cabral, eleito com discurso crítico ao excesso de propaganda oficial, destinou quase R$ 1 bilhão para agências de publicidade. Já foram pagos R$ 880 milhões, corrigidos pelo IPCA. O governo,nega anormalidades nessas despesas. Os empenhos de julho representam também crescimento expressivo em comparação a julho de 2012: são 39,5% a mais sobre que os R$ 20 milhões de um ano atrás. Em nota, a assessoria do governo do Rio de Janeiro negou que houve aumento de gastos com publicidade. Confira o comunicado na íntegra:

"Conforme encaminhado ao respeitado veículo de mídia que publicou a matéria, deixamos claro que: não houve aumento de gastos com publicidade no Governo RJ em julho deste ano ou em qualquer momento em 2013. E que o fato de haver mais empenhos em determinado mês não quer dizer que mais gastos tenham sido feitos naquele mês. O empenho é o ato em que se declara que há recursos orçamentários para serem gastos. Empenho não é o ato de gastar recursos. Empenhos não têm relação temporal direta com realização de campanhas publicitárias. Cabe ressaltar, inclusive, que não há exibição de novas campanhas publicitárias.

O Governo do Estado RJ não faz despesas em nenhum ano acima do valor previsto nos contratos de publicidade. O mesmo ocorrerá neste 2013."

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

 

Fonte: Terra
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