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Política

Flávio Bolsonaro nega tentativa de fuga e diz que Moraes se baseia em 'achismos' para prender o pai

Senador acusou ministro do STF de 'criminalizar o direito sagrado constitucional de reunião e de livre exercício' da sua crença

22 nov 2025 - 13h54
(atualizado às 15h10)
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou qualquer plano de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de basear a prisão do pai em "hipóteses" e "achismos". Flávio afirmou ainda que, se Bolsonaro morrer na cadeia, a responsabilidade será de Moraes.

"A decisão é tão frágil, mais uma vez baseada em hipóteses, baseada em achismos", disse Flávio em uma transmissão ao vivo nas redes sociais neste sábado, 22. O senador disse que convocou o ato religioso em frente ao condomínio do pai para orar pela saúde do ex-presidente e citou que outras vigílias, com aglomeração, já ocorreram no local.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado por determinação de Moraes, que apontou violação da tornozeleira eletrônica e "elevado risco de fuga". A decisão de Moraes atende a pedido da Polícia Federal (PF), para quem a possível fuga poderia ser facilitada pela vigília convocada por Flávio em frente ao condomínio do pai. Na live e nas redes sociais, o senador afirmou que a convocação está mantida.

Como mostrou a colunista do Estadão Raquel Landim, Bolsonaro usou fonte de calor para danificar a tornozeleira, que está sendo periciada.

"Se é que é verdade que houve uma tentativa, alguém mexeu, algum problema com a tornozeleira eletrônica do Bolsonaro, (foi) à meia-noite e oito de hoje, sábado. E a vigília que eu coloquei foi para as 19h de hoje. Tem algum sentido manipular a tornozeleira e esperar até as 19h para depois tentar fugir?, questionou ele, dizendo que seria "humanamente impossível" Bolsonaro fugir com "todo aparato" que Moraes colocou para cercar a casa de Bolsonaro. "Há policiais na porta da casa dele 24 horas por dia, câmeras de segurança apontadas para a rua 24 horas por dia, policiais filmando 24 horas por dia quem entra e quem sai, inspeção todo dia dentro da casa."

Flávio acusou Moraes de "criminalizar o direito sagrado constitucional de reunião e de livre exercício" da sua crença.

"O que está escrito na sentença é que eu não posso orar pelo meu pai. Que eu não posso orar pelo meu país. Que eu não posso pedir ao padre para rezar um pai nosso em cima de um carro de som, porque isso seria um subterfúgio para uma fuga do Bolsonaro. Se Bolsonaro quisesse fugir, ele nem voltado para o Brasil tinha", afirmou o senador, acrescentando depois que a saúde do pai está debilitada. "Se acontecer alguma coisa com o meu pai, Alexandre de Moraes, a culpa é sua. Se o meu pai morrer lá dentro, a culpa é sua."

O senador fez uma série de acusações contra Moraes ao longo da transmissão ao vivo. Chamou o ministro de "militante" e afirmou que ele determinou a prisão no dia 22 - número do Partido Liberal, do qual Bolsonaro é filiado - para "humilhar" o ex-presidente. Disse também que Moraes está "mais uma vez usando um filho para tentar culpar pela prisão do pai".

Ao determinar a prisão, Moraes citou a proximidade de 13 quilômetros entre o condomínio do ex-presidente e a Embaixada dos Estados Unidos, trajeto que poderia ser feito em cerca de 15 minutos de carro. O ministro também lembrou que outros aliados de Bolsonaro deixaram o País mesmo após condenações no Supremo Tribunal Federal.

É a segunda vez que Moraes usa uma publicação de Flávio para justificar a prisão preventiva de Bolsonaro. Na decisão de 4 de agosto, que colocou o ex-presidente em prisão domiciliar, um vídeo postado pelo senador nas redes também serviu de gatilho para justificar a aplicação da medida cautelar.

O senador também criticou, ainda que sem citar nomes, aliados que já tratam da sucessão de Bolsonaro.

"Quem falar agora de sucessão do presidente Bolsonaro é um canalha. O momento não é de discutir isso. O momento é de dar suporte para um cara que está doente dentro do cárcere. O momento é mostrar de quem o povo está o lado."

A pressão em torno de uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem crescido nos últimos meses, com lideranças da direita e da centro-direita tratando do assunto publicamente.

Na quarta-feira, o presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que uma unidade das legendas do campo em torno de Tarcísio será "resolvida logo".

Apesar de ser considerado o nome mais forte por dirigentes partidários, Tarcísio enfrenta resistência dentro do bolsonarismo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é um dos críticos mais vocais. No início do mês, disse que Tarcísio é "o candidato do sistema" e representa a posição do ministro Alexandre de Moraes.

Eduardo está em autoexílio nos Estados Unidos e é atribuído a ele o tarifaço anunciado por Donald Trump contra o Brasil, do qual o americano recuou parcialmente na última semana. Durante a live, Flávio contestou a responsabilidade do irmão na medida.

"O Eduardo não tem nenhuma ascendência sobre o presidente Donald Trump. Vocês acham de verdade que o Eduardo Bolsonaro pode manipular o Trump? Ele estava pedindo ajuda, socorro, para o que está acontecendo no Brasil agora, aos olhos de todos que estão me assistindo. Nunca pediu sanções econômicas para o Brasil."

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Estadão
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