Em evento sobre Amazônia, Lula ignora julgamento de Bolsonaro e diz para 'crime organizado se preparar'
O petista aproveitou o contexto para comentar a megaoperação realizada no fim de agosto contra o PCC na Faria Lima
Lula participou da inauguração de um centro internacional para combater o crime organizado na Amazônia, destacando ações integradas e operações recentes contra facções criminosas, sem comentar o julgamento de Bolsonaro no STF.
Pouco depois do ministro Alexandre de Moraes ler seu voto pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou em um evento pela inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) da Amazônia, em Manaus, nesta terça-feira, 9. O petista, porém, optou por não comentar o julgamento de seu adversário político.
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Lula manteve sua fala orientada para a inauguração do centro, que tem o objetivo de combater o crime organizado que atua em toda a extensão da Amazônia, o que engloba o Brasil e outros oito países. "O crime organizado se prepare porque a justiça vai derrotá-los", afirmou o presidente, no encerramento de sua fala.
Antes, Lula disse que a pulverização do crime organizado era uma das consequências da globalização. "Trata de verdadeiras multinacionais do crime que estão embrenhadas nos órgãos públicos, nas empresas, em diversos setores da sociedade, com conexões dentro e fora do país", afirmou.
Ele complementou que a Polícia Federal brasileira agora está presente em todos os países da América do Sul. "Não precisamos de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções. As palavras-chaves são ação integrada e cooperação", disse Lula.
Ainda sobre o crime organizado, o presidente falou sobre a megaoperação que aconteceu na última semaa de agosto, com foco na inserção da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) em redes de postos de combustíveis e no mercado financeiro. Lula comemorou o fato da operação ter tido como alvo também empresários.
"Há poucos dias realizamos no Brasil a maior operação da história contra o crime organizado que finalmente alcançou o andar de cima, a [Avenida Brigadeiro] Faria Lima, a famosa linha bancária do Brasil. Não podemos permitir que os moradores das periferias, os povos indígenas e as comunidades ribeirinhas tenham suas vidas marcadas pela violência enquanto os endinheirados ficam impunes", defendeu.
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