Eleito no Recife, é a primeira vez que Geraldo Júlio se candidata
- Celso Calheiros
- Direto do Recife
Geraldo Júlio, prefeito eleito neste domingo no Recife (PE) com 51,15% dos votos deve ao resultado de uma pesquisa qualitativa, encomendada pelo governador Eduardo Campos (PSB), sua candidatura. Campos quis traçar qual perfil de candidato os eleitores recifenses gostariam de votar. Com prazo de incompatibilidade apertado, o governador exonerou quatro secretários de Estado, todos fiéis ao partido e cada um com sua característica. O perfil definido na avaliação foi o de gestor. Nesse momento, o ex-secretário de Planejamento passou a ser o nome do PSB para a prefeitura da capital.
O secretário discreto e considerado rígido, deixou as planilhas e os ternos escuros guardados para vestir uma camisa branca de algodão, calça jeans e ensaiar seus primeiros passos na arte que seu mentor, Eduardo Campos, domina como poucos: a política. Em julho, Geraldo era um desconhecido para os eleitores. Em sua primeira aparição como candidato, na Favela do Bode, passava despercebido.
No entanto, aos poucos o candidato começou a ganhar os traquejos naturais aos políticos. Nos dois primeiros meses de campanha, começou a falar com mais empolgação, a cumprimentar com simpatia, a tentar sorrir depois de falar para as câmeras. Em agosto, superou o segundo classificado, o candidato Mendonça Filho (DEM), encostou e ultrapassou o adversário Humberto Costa (PT) e se tornou o primeiro em intenções de voto. Não é pouca coisa, ao se considerar que Mendonça foi governador sucedido por Eduardo Campos e que Humberto é senador recém-eleito, representando o partido que administra a cidade há 12 anos.
Trajetória
Aos 41 anos, casado com a pediatra Cristina Mello, com quem tem três filhos, o administrador de empresas Geraldo Júlio Campos de Mello Filho tornou-se prefeito da capital pernambucana para fazer o que gosta, liderar equipes, definir metas, estabelecer responsáveis e cobrar resultados em prazos determinados.
Em sua primeira eleição, o novo prefeito começou sua carreira com leiturista da companhia de água, é funcionário público do Tribunal de Contas do Estado e foi secretário da Fazenda de Petrolina, a 800 km do Recife, antes de se tornar secretário de Estado no governo Eduardo Campos.
