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Política

Dino aciona TCU após pedido do governo para dispensar regra de fiscalização sobre emendas Pix

Ministro do STF pediu manifestação do TCU antes de avaliar solicitação do governo que busca dispensar a análise prévia dos ministérios sobre os planos de trabalho de emendas Pix pagas entre 2020 e 2024; ministro também liberou repasses para instituições de ensino no Espírito Santo e no Maranhão

19 jun 2025 - 12h37
(atualizado às 13h00)
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Resumo
Flávio Dino acionou o TCU para analisar o pedido do governo que visa dispensar a fiscalização prévia de emendas Pix entre 2020 e 2024 e liberou repasses para instituições no ES e MA, mantendo suspensão para AL.
Encaminhamento de Dino ao TCU ocorreu após um pedido formal do governo federal ao Supremo
Encaminhamento de Dino ao TCU ocorreu após um pedido formal do governo federal ao Supremo
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira, 19, que o Tribunal de Contas da União (TCU) se manifeste, em até 15 dias úteis, sobre o pedido da União para dispensar a análise prévia dos planos de trabalho das chamadas emendas Pix pagas entre 2020 e 2024.

Na mesma decisão, o ministro liberou os repasses via emendas para instituições de ensino no Espírito Santo e no Maranhão, mas manteve a suspensão para Alagoas.

O encaminhamento ao TCU ocorreu após um pedido formal do governo federal ao Supremo. A União busca uma autorização para não submeter os planos de trabalho dessas emendas antigas à análise prévia dos ministérios setoriais, como determinam as regras atuais. A justificativa é que os recursos já foram executados ou estão em execução, o que, segundo o governo, tornaria essa etapa uma formalidade sem efeito prático.

Na decisão, Dino argumenta que, mesmo que a análise prévia seja dispensada, a prestação de contas final por parte de Estados e municípios continuará obrigatória, sob risco de abertura de um processo de responsabilização caso sejam encontradas irregularidades na aplicação dos recursos. O ministro aguarda o posicionamento do TCU antes de decidir sobre o pedido da União.

Criada para permitir repasses diretos de recursos federais a Estados e municípios, a emenda Pix dispensava a vinculação prévia a projetos ou políticas públicas específicas, o que dificultava o controle sobre a destinação do dinheiro. Até então, os valores podiam ser usados livremente por governadores e prefeitos, sem a necessidade de demonstrar, no momento do repasse, como os recursos seriam aplicados. A exigência de um plano de trabalho foi estabelecida justamente como resposta a essa lacuna de transparência, com o objetivo de garantir maior rastreabilidade sobre o uso das verbas públicas.

Dino também liberou os repasses para Espírito Santo e Maranhão por considerar que os dois Estados já editaram normas próprias para garantir a transparência e a prestação de contas dos recursos recebidos via emendas, como exigido pelo STF. Alagoas, por outro lado, ainda não adotou nenhuma regulamentação específica para disciplinar o uso das emendas destinadas a suas universidades e fundações de apoio, motivo pelo qual os repasses permanecem bloqueados.

Na mesma decisão, Dino aprovou o cumprimento das medidas de transparência por parte das oito fundações universitárias que haviam tido os repasses bloqueados, após cobranças feitas com base em relatório da CGU. Além disso, o ministro agendou para 5 de agosto uma reunião técnica no STF com representantes da Controladoria-Geral da União (CGU), do TCU e dos principais bancos públicos, com o objetivo de discutir soluções para aprimorar a rastreabilidade das emendas parlamentares.

Essa etapa do processo é consequência de uma decisão tomada por Dino em abril, quando o ministro determinou que governadores e prefeitos enviassem ao STF novas regras de transparência para a aplicação da verba federal. Na ocasião, o ministro exigiu que a União e os entes federativos publicassem normas e orientações para garantir a prestação de contas adequada das emendas parlamentares.

Além disso, Dino determinou que os planos de trabalho fossem encaminhados diretamente pelos Estados e municípios aos ministérios responsáveis pelas políticas públicas beneficiadas, para análise técnica. A medida foi motivada por um relatório da CGU, que apontou falhas de transparência em 13 entidades sem fins lucrativos responsáveis por concentrar grandes volumes de emendas.

Estadão
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