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Política

Com guerra de bandeirões, atos de 7/9 têm governo focando em soberania e bolsonaristas, em anistia

Grupos de direita e esquerda defenderam pautas opostas em manifestações simultâneas

7 set 2025 - 18h19
(atualizado às 18h44)
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Resumo
No 7 de Setembro, atos polarizados marcaram o Brasil, com o governo destacando soberania e movimentos progressistas defendendo justiça social, enquanto apoiadores de Bolsonaro criticaram o STF e pediram anistia.
'Ala da soberania' e boné temático marcam desfile de 7 de Setembro do governo:

Em um 7 de Setembro de atos polarizados, capitais brasileiras viram grupos de direita e esquerda defenderem pautas opostas em manifestações simultâneas. De um lado, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) concentraram-se no pedido de anistia e em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e usaram bandeirão dos EUA no ato da Avenida Paulista. De outro, o desfile cívico-militar do governo federal defendeu a soberania nacional e apresentou uma gigantesca bandeira do Brasil.

Desfile oficial enfatizou soberania

O desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios teve como foco a defesa da soberania do Brasil. O ato do governo teve como slogan o "Brasil soberano". Bonés com a marca chegaram a ser distribuídos para o público que acompanhou o evento. Uma das alas do desfile contou com a presença de estudantes formando a palavra "soberania" com camisetas.

Ao som do hino da Independência, durante a passagem da ala, o locutor do evento dizia que "soberania é o Brasil na mão dos brasileiros". "Este desfile é um tributo à nossa história e à força do nosso povo. A verdadeira soberania se fortalece na democracia", afirmou. "É com esse espírito que afirmamos: o Brasil é soberano". A mensagem lida pelo locutor também dizia que soberania é garantir que o povo brasileiro "seja quem mais se beneficia das riquezas e do futuro da nação".

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o Desfile de 7 e Setembro, na Esplanada dos Ministérios
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o Desfile de 7 e Setembro, na Esplanada dos Ministérios
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Na sequência, passou um bandeirão de 140 m², levado por pessoas com camisetas com a mensagem sobre a soberania. "Conduzida com orgulho para afirmar a nossa independência", disse a locutora do evento. 

Também no desfile na Esplanada, a plateia nas arquibancadas soltou o grito de "sem anistia" minutos após a chegada do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tribuna de honra montada na Esplanada dos Ministérios.

Ato bolsonarista em Brasília reúne sósia e críticas ao STF

Não muito distante da Esplanada, na Torre de TV de Brasília, apoiadores de Bolsonaro realizaram ato em apoio ao ex-presidente e pedindo anistia pelos crimes da trama golpista. A manifestação em apoio a Bolsonaro reuniu personagens curiosos no estacionamento da Funarte, próximo à Torre de TV.

Manifestantes pediram anistia a Bolsonaro durante ato em Brasília
Manifestantes pediram anistia a Bolsonaro durante ato em Brasília
Foto: Deborah Sena/Terra

Entre eles, estava o "mito Uber", um motorista de aplicativo que é sósia do ex-presidente. Ele afirmou que nunca enfrentou problemas por isso, já que, segundo ele, "a maioria do povo de Brasília é patriota".

Outra presença inusitada na capital federal foi de um homem que dançava vestido com uma máscara do presidente norte-americano, Donald Trump, aliado de Bolsonaro e que aplicou uma tarifa de 50% contra o Brasil por causa do ex-presidente.

Ato com pedido de anistia a Bolsonaro em Brasília tem sósia, ‘Trump’ e discurso de apoiadores:

Esquerda defende justiça social e taxação de ricos

Movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda realizaram manifestações que tinham como bandeiras a defesa da soberania nacional, a justiça social e a taxação dos grandes patrimônios.

Em Brasília, a tradicional marcha do Grito dos Excluídos levou manifestantes a percorrerem o trajeto entre o Setor Bancário Sul e a plataforma superior da Rodoviária, após se concentrarem na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, sob o tema “Vida em Primeiro Lugar”.

Entre as principais reivindicações estavam a regulamentação da jornada de trabalho 6x1, a convocação de um plebiscito popular e a defesa de políticas direcionadas a idosos, mulheres, população negra e pessoas em situação de rua.

Manifestantes exibem bonecos infláveis de Bolsonaro e Trump em ato realizado no centro de São Paulo
Manifestantes exibem bonecos infláveis de Bolsonaro e Trump em ato realizado no centro de São Paulo
Foto: Fabio Vieira/Estadão / Estadão

Em São Paulo, o ato realizado na Praça da República adotou o lema “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro”. Lá, representantes do movimento criticaram medidas adotadas recentemente pelo governo dos Estados Unidos — sob a gestão de Donald Trump —, incluindo restrições de vistos e imposição de tarifas, que, de acordo com os organizadores, estariam relacionadas ao processo judicial envolvendo o ex-presidente Bolsonaro.

Simultaneamente, outro grupo do Grito dos Excluídos se reuniu na Praça da Sé, com atenção voltada à população em situação de rua. Durante a manifestação, foram levantadas críticas sobre a fome, a violência policial, o racismo estrutural e as desigualdades econômicas. Entre as personalidades presentes estavam Guilherme Boulos (PSOL-SP), Luiz Marinho (PT-SP) e lideranças de centrais sindicais. 

Direita pressiona por anistia e ataca STF em São Paulo e Rio

Tarcísio de Freitas diz que é ‘fundamental’ ter Bolsonaro na eleição de 2026 em ato na Paulista:

Impedido de participar dos atos públicos da direita mesmo por vídeo devido à sua prisão domiciliar, Bolsonaro aguarda o julgamento no STF que será retomado na terça-feira, 9. Nele, responde por acusações de golpe de Estado e outros quatro crimes, com pena total podendo chegar a 43 anos de prisão em caso de condenação.

No Rio de Janeiro, o ato de apoio ocorreu em Copacabana, marcado pela presença de bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos. Entre os participantes estavam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o governador Cláudio Castro (PL-RJ). Em discurso, Flávio Bolsonaro definiu o evento como uma resposta política ao julgamento em andamento no Supremo e dirigiu críticas ao ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele possui "traços de psicopatia".

Flávio Bolsonaro diz que não existe 'meia-anistia' e ataca Moraes em ato no Rio: ‘Traços de psicopatia’:

Já em São Paulo, a concentração foi na Avenida Paulista, com discursos de nomes como o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro — ambos vistos como possíveis sucessores políticos do ex-presidente, caso sua inelegibilidade se mantenha.

Uma grande bandeira dos EUA foi estendida próximo ao MASP, enquanto cartazes em inglês pediam a Donald Trump que pressionasse o STF a anular as punições a Bolsonaro. Também havia faixas defendendo o impeachment de Alexandre de Moraes.

Em um discurso inflamado, Tarcísio de Freitas criticou o Supremo e Moraes, cobrou a aprovação da anistia pelo Congresso e defendeu a candidatura de Bolsonaro em 2026: "Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema? Ele é o nosso candidato". O ex-presidente está inelegível até 2030 por condenação no TSE por abuso de poder político, cenário que coloca Tarcísio como potencial candidato presidencial.

Durante a fala do governador, a plateia gritou "fora, Moraes". Tarcísio então reagiu: "Por que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país." Ele também liderou o coro de "anistia já", pressionando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o tema.

Michelle Bolsonaro chorou e falou sobre a situação do marido. "Hoje, ele não pode falar. Ele gostaria muito de estar aqui ou até entrar em videochamada, porque as nossas liberdades estão cerceadas. A liberdade de locomoção foi cerceada", disse. "Estou tendo que desdobrar como mãe, esposa e amiga para que ele fique bem, cuide da alimentação."

Em ato, Michelle Bolsonaro chora ao falar da filha e revista da polícia em casa: ‘Muita humilhação’:

Os atos foram convocados pelo pastor Silas Malafaia, alvo de inquérito por suposta coação, que, segundo a PF, teria atuado para interferir no julgamento. Também estiveram presentes no palco da Paulista o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o deputado Sóstenes Cavalcante e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em ato bolsonarista na Avenida Paulista de 7 de setembro.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em ato bolsonarista na Avenida Paulista de 7 de setembro.
Foto: Daniel Teixeira/Estadao / Estadão
Fonte: Redação Terra
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