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Política

Ativistas de 200 países pedem que Brasil acolha Snowden

12 fev 2014 - 16h50
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O movimento ativista global Avaaz entregará nesta quinta-feira às autoridades brasileiras um documento respaldado por mais de um milhão de pessoas de 200 países no qual se solicita asilo para o ex-analista de inteligência da CIA Edward Snowden.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, Avaaz explicou que o documento no momento da entrega, os ativistas da organização realizarão um ato na frente da sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.

"O maior denunciante do mundo está isolado no inverno russo, correndo o risco de ser preso em uma solitária, ser alvo de humilhações e maus-tratos e até enfrentar pena de prisão perpétua se os agentes norte-americanos colocarem as mãos nele", diz o texto que o Avaaz postou em seu site.

"Mas nesta semana poderemos ajudá-lo a conseguir um porto seguro", acrescenta a nota, que garante que é possível enviar o documento a presidente Dilma Rousseff.

Snowden está desde o meio do ano passado na Rússia, onde recebeu asilo temporário que, em princípio, é válido somente até agosto deste ano.

Antes de ser amparado pela Rússia, solicitou ser recebido em vários países, entre eles o Brasil, que então informou que "não tinha intenção de responder", o que, em termos diplomáticos, foi interpretado como recusa.

Em dezembro do ano passado, Snowden divulgou uma carta na qual fez vários elogios ao Brasil e sua "tradição de asilo", e considerou que o país representa "uma dos mais interessantes e vibrantes democracias do mundo".

A carta foi considerada por alguns setores como um novo pedido de asilo, mas a própria Dilma recusou essa interpretações.

"Eu não acho que o governo brasileiro tenha de se manifestar sobre um indivíduo que não deixa claro e não se dirigiu a nós", afirmou Dilma.

Entre os muitos documentos vazados há vários nos quais se revelou que os Estados Unidos espionaram as comunicações de Dilma, de diversos ministros e colaboradores e de algumas empresas como a Petrobras.

Dilma reagiu com indignação; cancelou a visita de Estado prevista para fazer a Washington em outubro do ano passado, e promoveu um debate na ONU com o objetivo de impedir a espionagem através da internet.

O debate foi concluído em dezembro do ano passado com a adoção de uma resolução na qual a ONU reafirmou "o direito à privacidade, segundo o qual ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida privada, sua família, seu domicílio ou sua correspondência".

O texto exorta os países a respeitar e proteger o direito à privacidade, inclusive nas comunicações digitais, e insta aos Estados a adotar medidas para impedir violações e a criar as condições necessárias para isso mediante legislações nacionais.

Além de promover esse debate nas Nações Unidas, Dilma convocou uma conferência global para o fim de abril em São Paulo, com o objetivo de que o assunto seja debatido por chefes de Estado, empresários, acadêmicos e movimentos sociais.

EFE   
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