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Política

Ao anunciar general na Segurança Pública, Moro elogia intervenção no Rio

4 dez 2018 - 15h11
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Ao anunciar o general da reserva Guilherme Teophilo - candidato derrotado ao governo do Ceará pelo PSDB - como futuro chefe da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, citou o trabalho de reestruturação do setor no Estado do Rio de Janeiro como algo que deseja reproduzir em escala nacional, sem fazer menção direta à intervenção federal. Moro também confirmou hoje a indicação do delegado da Polícia Federal Luiz Pontel para o cargo de secretário-executivo do ministério, o número 2 dentro da estrutura da pasta.

"O general Guilherme Teophilo", disse Moro, "tem uma larga experiência e longo currículo de trabalhos relevantes efetuados no Exército. E, mais do que um homem de ação, embora ele também seja um homem de ação, eu queria um homem de gestão".

A atuação política de Guilherme Teophilo foi lembrada pelo próprio Moro, antecipando-se a questionamentos. O futuro ministro destacou que o general da reserva já se desfiliou do PSDB. "Não existe nenhuma indicação político-partidária", disse Moro. Teophilo é aliado do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Moro destacou que é objetivo da Senasp realizar um trabalho "similar" ao que vem sendo feito na reestruturação da segurança no Rio de Janeiro, que está sob a condução do chefe de gabinete da Intervenção Federal no Rio de Janeiro, general Walter Souza Braga Netto.

"Eu fiquei bastante impressionado com o trabalho que vem sendo feito no Rio de Janeiro pelo general Walter Souza Braga Netto, de reestruturação da segurança pública daquele Estado. E um trabalho similar, respeitando evidentemente a autonomia dos Estados, é o objetivo da Senasp", afirmou Sérgio Moro.

O novo secretário Guilherme Teophilo terá, segundo Moro, a tarefa de "ajudar a reestruturar, resguardar as autonomias, tentar padronizar procedimentos, padrões de serviço e gestão envolvendo a segurança pública dos Estados, sempre com diálogo e respeito aos Estados e ao DF, que têm autonomia em relação à segurança pública".

O primeiro nome cotado para a Senasp era o do general da reserva Claudio Santos Cruz, mas ele terminou sendo escolhido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para a Secretaria de Governo, com status de ministro.

Moro também confirmou hoje a indicação do delegado da Polícia Federal Luiz Pontel para o cargo de secretário-executivo do ministério, o número 2 dentro da estrutura da pasta.

Já Pontel, futuro secretário-executivo do ministério, investigou na década passada o caso Banestado, que teve como juiz Sérgio Moro. O futuro ministro destacou que Pontel foi um dos responsáveis pela primeira prisão do doleiro Alberto Youssef. O delegado é atualmente o secretário Nacional de Justiça, outro cargo de relevo na estrutura ministerial.

"Eu pude atestar a absoluta integridade do delegado Pontel. Sofreu pressões de várias espécies, tentaram removê-lo do posto, mas se manteve firme", disse Moro.

Estadão
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