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Polícia

RJ: polícia admite não ter controle sobre gravações de operações

Polícia do Rio admite que não ter qualquer controle sobre imagens gravadas em operações

13 mai 2013 - 14h13
(atualizado às 14h17)
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro não tem qualquer controle ou procedimento previsto sobre o encaminhamento de imagens gravadas em operações, admitiu nesta segunda-feira a chefe da instituição, delegada Martha Rocha. Somente agora, depois do vazamento de imagens de duas operações policiais na zona oeste da cidade, será definido um protocolo acerca da coleta, armazenamento e análise de tudo que é gravado nessas ações. Uma comissão formada por membros da subchefia operacional, da corregedoria, da divisão de tecnologia e informática, da polícia técnica e da assessoria jurídica vai definir as normas a respeito das imagens.

"É fato que, embora esse equipamento estivesse na Polícia Civil desde 2010, não havia, em relação ao uso desse equipamento, qualquer tipo de protocolo ou qualquer rotina relativa ao uso desse equipamento. É preciso que se diga a verdade", afirmou Martha Rocha.

Foi iniciada na manhã desta segunda-feira uma inspeção extraordinária no Serviço Aeropolicial (Saer) para verificar qual era a dinâmica utilizada em relação ao que era gravado pelo equipamento acoplado aos helicópteros do grupamento. Uma dessas gravações registrou a perseguição ao traficante Marcio José Sabino Pereira, conhecido como Matemático. Policiais que estavam no helicóptero da polícia balearam e mataram o criminoso no ano passado, na favela da Coreia, zona oeste. As imagens divulgadas na semana passada mostram os policiais abrindo fogo contra o carro em que Matemático estava, mas, ao mesmo tempo, acertando residências da comunidade. Os agentes alegaram que foram alvejados pelos bandidos, e precisaram trocar tiros.

O vazamento de imagens de operações revelou uma disputa interna na Polícia Civil, especialmente dentro do Saer. O piloto do helicóptero da operação que resultou na morte de Matemático, Adônis Lopes de Oliveira, foi afastado do grupamento. Subchefe operacional da Polícia Civil, o delegado Fernando Veloso admitiu a existência de uma rixa dentro do Saer, mas negou que tenha se colocado ao lado de uma das partes que vêm brigando pelo poder interno do grupamento especial.

"Desconheço alguma desavença pessoal comigo. Sabia que havia desavenças no Saer. Me pareceu que meu nome foi inserido porque sou obrigado a tomar série de medidas que podem desagradar uns ou outros. Ou até pelo fato de não ter tomado partido. Tomei as decisões que tinha que tomar pelas atribuições do meu cargo", observou.

Fonte: Terra
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