Quem é 'Peixão', um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro
Conhecido por ser violento, o criminoso é fundador do Complexo de Israel, onde marca território com referências bíblicas
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Civil prenderam, na BR-262, em Campo Grande (MS), familiares de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o "Peixão", considerado um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro e apontado como liderança do Terceiro Comando Puro (TCP). O grupo seguia em direção à Bolívia, quando foi abordado na segunda-feira, 8. Segundo informações da PRF, havia suspeita de que o próprio Peixão estivesse na caravana, mas o criminoso não foi localizado durante a revista.
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Peixão acumula mais de 70 registros policiais e responde a 26 processos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Mesmo com esse histórico, jamais foi preso pelas autoridades. Investigações apontam que ele é conhecido por métodos de extrema violência, com relatos de tortura antes das execuções.
Evangélico, ele é fundador do chamado Complexo de Israel, conjunto de comunidades que inicialmente incluía Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Pica-Pau e Cinco Bocas. O território reúne símbolos como a estrela de Davi e pichações com passagens bíblicas. Denúncias feitas por moradores indicam ainda destruição de terreiros de matriz africana, proibição ao uso de roupas brancas e até impedimento de festas. Em 2024, circularam relatos de que ele teria barrado festas juninas em três igrejas católicas.
No início de 2025, a polícia demoliu um imóvel de luxo dentro da área controlada pela facção. A casa -- que seria de propriedade do criminoso -- possuía piscina, espaço gourmet, área para eventos, coqueiros e até um lago artificial com carpas.
Na abordagem desta semana, os motoristas afirmaram que foram contratados por um conhecido que vive na Bolívia e teria organizado o transporte da família. Segundo eles, o grupo embarcou no Rio de Janeiro, após uma conexão aérea, seguindo por estrada até Mato Grosso do Sul.
Dentro dos veículos estavam a esposa, três filhos e um sobrinho do foragido. A polícia encontrou diversas joias com inscrições que faziam referência à facção e ao próprio Peixão. O sobrinho afirmou ser o dono.
Os envolvidos foram detidos sob suspeita de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, financiamento ou integração de organização criminosa. Enquanto isso, o líder do TCP permanece foragido.